As exportações mato-grossenses de carne bovina, em 2022, atingiram o maior patamar da série histórica. De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e analisados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), foram movimentadas 605,44 mil toneladas equivalente de carcaça (TEC). Já a receita alcançou cerca de US$ 2,75 bilhões, acréscimo de 59,31% no comparativo anual.
“Em função da mudança nos hábitos alimentares, a China se manteve com forte demanda pela proteína bovina e continuou na liderança do ranking das exportações mato-grossenses, com o share {mercado} de 64,12%”.
Ainda conforme o Imea, apesar da forte pressão nas cotações do boi gordo – o indicador fechou a média anual com redução de 4,09% ante a 2021 – “o ano de 2022 foi um marco para as exportações de carne bovina brasileira”.
O volume total de proteína bovina exportada pelo País foi 25,23% maior que em 2021. Em números, o incremento foi de 553,19 mil TEC.
Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), depois da China, os Estados Unidos foi o maior comprador da carne bovina brasileira, proporcionando uma receita de US$ 904,1 milhões, com movimentação de 173.141 toneladas. No ano passado, a receita foi de US$ 801,7 milhões e a exportação de 117.805 toneladas, crescendo, respectivamente, 12,8% e 47%.
No terceiro lugar ficou o Chile, mesmo com queda nas compras em relação a 2021: as exportações proporcionaram receita de US$ 360,1 milhões (- 29,2%) para uma movimentação de 71.858 toneladas (-27,5%). Já o Egito ocupou a quarta posição, com receitas de US$ 354,4 milhões (+62,1%) e movimentação de 99.994 (+69,7%) toneladas em 2022, contra US$ 219,8 milhões e 55.399 toneladas em 2021. Também com quedas na movimentação, Hong Kong ocupou a quinta posição: em 2021 a receita alcançou a US$ 793,7 milhões e caiu para US$ 308,9 milhões em 2022 (- 61,1%). Já a movimentação foi de 206.468 toneladas em 2021 para 88.535 toneladas em 2022 (-57,1%), o que foi amplamente compensado pela elevação das compras da China pelo continente. No total, em 2022, 110 países aumentaram suas aquisições da carne bovina brasileira enquanto que outros 57 reduziram.
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ABATES EM MT – De acordo com o Indea/MT, em 2022, Mato Grosso registrou incremento de 5,85% no número de bovinos abatidos ante 2021. No acumulado de 2022, foi alcançado o total de 4,98 milhões de cabeças abatidas (+5,85% no comparativo anual), o que inverteu o cenário de redução no total de animais abatidos dos últimos anos.
“A conjuntura de forte retenção de fêmeas ocorrida em 2020 e 2021 refletiu na intensificação do descarte de matrizes em 2022 (o incremento no abate de fêmeas foi de 14,56%, enquanto o de machos variou apenas +0,74% ante a 2021). Esse movimento é observado pelo abate de fêmeas com mais de 36 meses, que aumentou 13,21% no comparativo anual, e totalizou 990,77 mil cabeças abatidas. Para 2023, a participação de fêmeas no abate pode ser ainda maior, reflexo da grande oferta de animais de reposição no mercado, aliada à pressão observada na cotação do boi gordo”, avaliam os analistas do Imea.