A quebra da produtividade do milho decorrente da escassez de chuvas deixou os produtores de Mato Grosso apreensivos com o cumprimento dos contratos antecipados. A falta do produto disponível e a valorização do grão no mercado podem dificultar as entregas e comprometer a rentabilidade da safra.
Conforme noticiado ontem (3) pelo MT Econômico, em algumas regiões de Mato Grosso a perda chega a 50%, devido a escassez hídrica. Veja mais aqui
A baixa umidade do solo ocasionada pela falta de chuvas faz com que os talhões sejam colhidos mais tardiamente prejudicando a qualidade do milho.
“Infelizmente, o agricultor vive de uma empresa a céu aberto. Temos que acreditar que vai chover. Se não chover, com produtividade menor, vai faltar o grão para cumprir o contrato. A gente fez em um preço menor, e não tendo grão para cumprir esse contrato, vai ter que ir buscar milho no mercado para comprar e cumprir o contrato, caso tenha quem venda também esse milho para cumprir esse contrato e com certeza vai pagar o preço do dia. Isso vai acabar aumentando o custo”, disse o produtor Robson Weber, de Paranatinga.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, a situação é bastante preocupante. “Somos um estado que vende muito antecipado, temos de 60% a 70% desse milho vendido, e essa janela ficou em torno de 15, 20 dias atrasada e o estado tem 45 % do milho semeado fora da janela. Depende de chuvas em abril e maio para consolidar essa segunda safra. Se não chover nos próximos dias, esta situação pode ficar bem complexa”, pontua.
Estimativa da safra
A safra de milho 2020/21 de Mato Grosso deverá atingir 34,6 milhões de toneladas, disse nesta segunda-feira (3) o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), reduzindo sua estimativa em relação ao mês anterior, quando via a produção do cereal em 34,98 milhões de toneladas.
A projeção representa queda de 2,38% na comparação com a safra 2019/20, com as produtividades sofrendo impacto de adversidades climáticas. Na comparação anual, a área plantada do Estado cresceu cerca de 5%.