Com objetivo de entender a população economicamente ativa e sua relação com o mercado, particularmente no que tange a educação financeira e a questão da inadimplência, o núcleo de inteligência de mercado da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá) realizou uma pesquisa com a população da capital. Os dados foram levantados entre os meses de janeiro e fevereiro de 2021, com uma amostragem de 150 pessoas.
Os dados coletados revelaram que 56,7% dos cidadãos têm o hábito de planejar as finanças. "Em uma análise cruzada, somente com a geração X, que é de 36 a 55 anos, o percentual de planejar aumenta para 66,1%. Isso demonstra uma evolução de maturidade no quesito planejamento financeiro. Já comparando com a geração Y de 21 a 35 anos, apenas 43,1% têm o hábito de se planejar", contou o superintendente da CDL Cuiabá, Fábio Granja.
Já quando a análise de dados é feita por classe social, a que possui melhor organização financeira, conforme a pesquisa é a classe B, o índice chega a 68,4%. Dentro da classe D, o índice atinge 50%. "Isso está ligado diretamente à formação educacional da classe B para a D", comentou Granja, reforçando ainda que "um dado que chama a atenção é o de que apenas 25,3% dos entrevistados têm conhecimento de todas as contas a pagar na família. Esse é um ponto crítico na evolução da educação financeira. Demonstrando que esse tema ainda é pouco discutido entre as gerações".
Os dados levantados revelam ainda, que em uma escala para se identificar quais as contas que se consideram indispensáveis para o dia-a-dia, o de maior relevância ficou com conta de água e energia com 20,7%, conta de telefone (fixo ou celular) 13,9%, parcelas do cartão de crédito a pagar 12.40%, TV por assinatura/internet 11,9%; Plano de Saúde 9%, entre outros.
"Quando se faz a análise das classes sociais, a pesquisa demonstra que a classe D está mais preocupada com conta de energia e água 25,1% do que com plano de saúde 7,3%, enquanto que a classe A tem como maior destaque a TV por assinatura/internet com 16,4% e a classe B com plano de saúde 14,4%", afirmou Granja.
A pesquisa mostra também que dentre as contas consideradas como indispensáveis as que apresentaram maiores dificuldades em serem pagas, foram conta de água e energia 17%, parcelas do cartão de crédito 10,2%, financiamento da casa própria 7,3%, financiamento de automóvel 6,8%, aluguel e plano de saúde com 6,3%.
Em relação às lojas/serviços que estão com dificuldades em pagamentos, os que tiveram maior percentual foram os supermercados com 26,2%. "Isso não quer dizer que estão devendo, mas sim, com dificuldades nos pagamentos, sendo que dentre os motivos causadores dessa situação temos como destaque a diminuição da renda para 36,7% e o descontrole financeiro com 32,7%. Já o tempo médio do atraso está em 117 dias", disse Granja.
Sobre a forma em que o entrevistado pretende quitar as contas, a pesquisa revela que para 60% com a realização de um acordo com credor e 12,5% pretende fazer cortes nos gastos, sendo que 42,2% acreditam que terão condições de pagar as dívidas nos próximos 3 meses.