Na passagem de maio para junho a produção industrial do Brasil cresceu 8,9%. puxado principalmente pelo setor automotivo que teve aumento de 70%.
A alta é a segunda consecutiva do indicador, onde de abril para maio tinha registrado crescimento de 8,2%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No comparativo histórico, o resultado de junho (8,9%) é a maior taxa desde junho de 2018, quando foi registrado aumento de 12,5%.
Setor que puxou crescimento
Um dos motivos que levaram a alta de junho deste ano foi o setor automotivo, em especial pela produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, que teve um crescimento de 70% no mês.
“Esse setor acumulou expansão de 495,2% em dois meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim está 53,7% abaixo do patamar de fevereiro”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
Motocicletas
Outros equipamentos de transporte também tiveram destaque, com alta de 141,9%, puxados principalmente pela produção de motocicletas.
Categorias econômicas
Entre as quatro grandes categorias econômicas da indústria, a maior alta foi observada nos bens de consumo duráveis (82,2%). Os bens de consumo semi e não duráveis cresceram 6,4%, os bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo, subiram 13,1% e os bens intermediários – insumos industrializados usados no setor produtivo – tiveram alta de 4,9%.
Quedas acumuladas
Apesar da alta de maio para junho, a produção apresentou queda de 9% na comparação com junho de 2019. Houve ainda recuos de 10,9% no acumulado do ano e de 5,6% no acumulado de 12 meses.
A indústria ainda vem enfrentando dificuldades, principalmente pela queda de março a abril, diante da pandemia do coronavírus que derrubou o setor em 26,6%.
Em relação à setores que tiveram maior perda em junho foi a indústria alimentícia e a produção de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, ambas com recuo de 1,8% na produção.
“A indústria alimentícia tem uma dinâmica diferente do restante do setor industrial, por conta de suas características relacionadas ao abastecimento. Ela vinha de resultados positivos, quando a indústria, de forma geral, estava em queda. Os crescimentos nos meses anteriores, combinados com uma queda no açúcar, resultaram no recuo registrado em junho. Alimentos, porém, têm um saldo positivo, diferente da média da indústria”, explicou Macedo.