Financiamentos para produção sustentável lideram captação de recursos no âmbito do Plano Safra 2023/24, em Mato Grosso. Por meio da Linha Renovagro foram liberados R$ 1 bilhão ou 17% do montante total de R$ 5,8 bilhões emprestados durantes os cinco primeiros meses de vigência do atual Plano Safra, informa o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Somente o Banco do Brasil aumentou em 231% o desembolso para custeio da atividade de manejo florestal no Estado, emprestando R$ 5,1 milhões na vigência do atual Plano Safra, ante R$ 1,5 milhão no mesmo intervalo da edição anterior.
O Renovagro (Programa para Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis) substituiu o antigo Plano ABC. Para custeio de planos de manejo florestal, por exemplo, é disponibilizada a linha Renovagro Ambiental. Esta atividade econômica que concilia a produção de madeira com serviços ambientais, conservando as florestas nativas, também pode ser financiada por meio da linha de crédito Investe Agro e FCO Rural, informa o Banco do Brasil.
A linha Renovagro Ambiental é uma das três modalidades de crédito que compõem o Programa Renovagro. Além das atividades de manejo florestal, essa linha financia a recomposição de reservas legais e áreas de proteção permanentes (APP) das propriedades.
Outra modalidade de crédito que compõe este programa e possibilita investimentos na recuperação de pastagens degradadas, inclusive pelos sistemas integrados de Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), energias alternativas e sistemas de plantio direto na palha é o Renovagro Recuperação de Pastagens.
Demais investimentos em sistemas e práticas sustentáveis são viabilizados na modalidade de crédito Renovagro – Demais. Os recursos podem ser contratados mediante taxa de juros que variam de 7% – para recuperação de pastagens e ambiental – a 8,5% nas demais modalidades. O limite de financiamento é de R$ 5 milhões por ano e o prazo de pagamento oscila entre o mínimo de 10 (recuperação de pastagens) até o máximo de 12 anos (ambiental e demais).
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BASE FLORESTAL – A possibilidade de custear práticas de produção sustentável por meio de planos de manejo florestal foi reforçada pelo secretário de Políticas Agrícolas do Mapa, Neri Geller, durante reunião com empresários do setor de base florestal no último dia 18, no município de Alta Floresta. A reunião ocorreu na sede do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso (Simenorte).
Presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e do Simenorte, Ednei Blasius destaca a importância socioeconômica da produção madeireira e a contribuição para a conservação das espécies arbóreas nativas com a técnica do manejo florestal.
“O setor de base florestal é representado por 523 indústrias associadas ao Cipem. No Estado são mais de 4,7 milhões de hectares de áreas manejadas, protegidas contra desmatamento. Esse setor gera aproximadamente 10 mil empregos diretos, sendo o 4º maior em postos de trabalho formais entre as indústrias de transformação em Mato Grosso. Em vários municípios, as empresas madeireiras são a principal fonte de emprego, receita e impostos, contribuindo com R$ 66,2 milhões aos cofres do governo estadual em 2022. É imprescindível que os governos estadual e federal dediquem atenção a esse segmento”, destacou Blasius.
O Plano Safra 2023/24 é um programa do governo federal para apoiar o setor agropecuário. Com crescimento de 26,8% em relação ao Plano Safra anterior, esta edição disponibilizou R$ 364,2 bilhões em crédito rural no lançamento. As operações de crédito podem ser contratadas até 30 de junho deste ano.