O Rally da Safra dá largada à Etapa Algodão, com equipes em campo a partir desta semana para realizar um diagnóstico técnico das condições das lavouras, identificar os desafios do desenvolvimento da safra e avaliar perspectivas de produtividade, rendimento e qualidade da fibra. O trabalho dos técnicos estará concentrado no período da colheita nos estados de Mato Grosso e da Bahia, que juntos respondem por 90% da área cultivada no país.
As equipes irão percorrer regiões produtoras estratégicas da Bahia, passando por Correntina, São Desidério, Roda Velha, Formosa do Rio Preto, e Luís Eduardo Magalhães, entre os dias 14 e 18 de julho. Já em Mato Grosso, o trabalho de campo será dividido em duas frentes: uma equipe cobrirá o sudeste do estado, percorrendo as regiões de Campo Verde, Primavera do Leste, Paranatinga, Rondonópolis, e arredores, de 28 de julho a 1º de agosto, enquanto a outra realizará visitas no oeste e médio-norte, contemplando as regiões de Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Campos de Júlio, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop, entre 11 e 16 de agosto.
O Rally da Safra – Etapa Algodão contará com eventos técnicos destinados aos profissionais da cadeia do algodão em Luis Eduardo Magalhães e Cuiabá, e será encerrado em setembro, durante o Summit Algodão, da BASF. “Nestes eventos, o Rally cumpre seu papel fundamental na geração de informações confiáveis para o setor algodoeiro, apoiando produtores e agentes do mercado na tomada de decisões e no acompanhamento da evolução da safra”, diz André Debastiani, coordenador da expedição.
Todas as visitas às propriedades durante essa etapa são pré-agendadas para garantir o maior alcance possível das diferentes áreas plantadas, possibilitando uma leitura abrangente das realidades regionais. Além de conversar diretamente com os produtores, as equipes também irão compartilhar dados levantados pela Agroconsult, organizadora da expedição, sobre o panorama da safra e as tendências do mercado global de algodão.
O Brasil plantava mais de 4 milhões de hectares na década de 70 e hoje, com a metade da área, produz cinco vezes mais, segundo Debastiani. “O país investiu muito em tecnologia e, a partir dos anos 2000, o perfil produtivo começou a mudar, o que trouxe ganhos expressivos em produtividade. Na safra 2023/24 – calendário mundial, o que corresponde à safra 2022/23 no Brasil – superamos os Estados Unidos em volume produzido, com uma área cultivada 50% menor que os norte-americanos”, afirma.
Com esse avanço, o Brasil consolidou-se como fornecedor estratégico para os principais players da indústria têxtil global. Pela segunda temporada consecutiva, o país é o maior exportador mundial e terceiro maior produtor de algodão, atrás apenas da China e da Índia.
CLIMA – Heloísa Melo, coordenadora técnica da Etapa Algodão, explica que, nesta safra, o clima trouxe diferentes desafios às regiões visitadas. Na Bahia, parte das lavouras foi semeada mais cedo, com 15% da área plantada em novembro – um percentual superior à safra passada e à média dos últimos cinco anos. No entanto, o período de seca no final de fevereiro – que se estendeu ao longo do mês de março – comprometeu mais severamente o potencial produtivo dessas lavouras plantadas mais cedo.
Já em Mato Grosso, houve atraso no plantio, com mais de 40% das áreas semeadas dentro de um calendário de maior risco. Porém, as chuvas ocorreram em volumes satisfatórios entre os meses de abril e junho, minimizando as preocupações com a safra.
A Agroconsult estima a safra brasileira 2024/25 próxima a 4 milhões de toneladas. A estimativa final será divulgada após a finalização dos trabalhos de campo e da validação da área plantada com o uso de imagens de satélite, a exemplo do que foi realizado nas etapas de soja e milho do Rally da Safra.
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