O agronegócio da região Centro-Oeste foi responsável por 23,19% das exportações brasileiras, um total de US$ 6,27 bilhões, no 4° trimestre do ano passado. Os produtos com maior destaque foram a soja, o milho e o algodão, totalizando US$ 3,10 bilhões. Dentre os estados que compõem o Centro-Oeste, Mato Grosso foi o principal fornecedor dos produtos comercializados.
No resultado acumulado de 2021, o Brasil exportou US$ 280,63 bilhões, no qual o agronegócio foi responsável por US$ 120,58 bilhões das receitas. Do total enviado a outros países, a região Centro-Oeste exportou sozinha US$ 37,94 bilhões, 13,52% do total brasileiro.
Esses e outros dados fazem parte do 4º relatório trimestral de 2021, lançado na semana passada, pela Aliança Agroeconômica. O grupo é formado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag). O grupo tem o papel de analisar e produzir dados relacionados ao mercado agropecuário do Centro-Oeste.
VEJA AQUI MAIS NOTÍCIAS DE AGRONEGÓCIO E INDÚSTRIA
A publicação traz os resultados das exportações em 2021, retrospectiva e perspectivas para grãos e pluma, balanço da pecuária de corte, estatísticas microrregionais dos custos de produção, mercados interno e internacional, entre outros.
Em 2020 e 2021 as safras de grãos (soja, milho e algodão) na região Centro-Oeste brasileira foram castigadas pelos problemas climáticos. O estado mais prejudicado foi Goiás que, além dos problemas de seca, também enfrentou geadas durante a safra, refletindo na queda de 34,7% na produção do milho 2ª safra e de 23% na produção total de algodão.
Para 2022, o clima tem contribuído para boas expectativas de safra até o momento. O ciclo 2021/22 de soja começou com bons volumes de chuvas em Mato Grosso, propiciando a semeadura em tempo recorde. Com isso, a colheita foi iniciada no fim de dezembro de 2021, liberando espaço para a semeadura do milho e do algodão dentro da janela ideal.
Na pecuária, o ano de 2021 foi marcado por intensas valorizações no preço da arroba do boi gordo e da vaca gorda, cenário observado nos três estados de análise (Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul). As variações para o macho foram de 43,42% para Mato Grosso, 39,33% para Mato Grosso do Sul e 36,70% para Goiás. No mesmo comparativo as fêmeas valorizaram cerca de 45,57%, 42,37% e 37,28%, respectivamente.
É previsto para o ciclo pecuário, em 2022, um possível aumento no abate de fêmeas. Com isso, a volatilidade no preço da arroba tende a ser menor do que o foi observado em 2021. Mas, ainda assim, o produtor deve buscar uma ferramenta de travamento de preço. Quanto ao custo de produção, os insumos devem continuar em alta.
Leia também: Custo de produção de milho fica quase 31% mais caro em relação à safra passada