A chuva fora do normal levou a primeira revisão negativa sobre as projeções de produção para a soja mato-grossense, mas nada que possa tirar, ainda, a perspectiva de novo recorde. Conforme novo levantamento da AgRural a estimativa nacional recebeu cortes em razão de impactos climáticos entre os principais produtores nacionais.
As adversidades são de seca nos três estados do Sul do Brasil e no sul de Mato Grosso do Sul. Já em Mato Grosso, o peso negativo decorre das chuvas acima da média no decorrer desse mês, especialmente no médio norte estadual, região que concentra a maior produção de grãos do Estado.
Conforme a consultoria, Mato Grosso teve apenas um pequeno ajuste. A produção é estimada agora em 39,7 milhões de toneladas, contra 39,9 milhões no início de janeiro e 36,5 milhões de toneladas na safra passada. O corte de produção é pontual, sobre a produção localizada no norte do Estado devido aos problemas causados pelas chuvas, mas esse corte foi parcialmente compensado por produtividades mais altas em outras regiões, especialmente no oeste. O recorde projetado, segue mantido, garantindo produção acima do saldo do ciclo anterior.
Na semana passada a AgRural divulgou nova revisão da estimativa de produção de soja nesta safra 2021/22, que caiu dos 133,4 milhões de toneladas, projetados no início de janeiro mês para, 128,5 milhões de toneladas devido a novos cortes de produtividade nos três estados do Sul e em Mato Grosso do Sul, cujas lavouras continuaram pressionadas por calor e chuvas abaixo da média ao longo de janeiro. Também houve um leve ajuste negativo em Mato Grosso, devido a perdas causadas por chuvas acima do normal no médio-norte do Estado.
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O levantamento A nova estimativa de produção representa queda de 8,8 milhões de toneladas na comparação com a safra passada e de 16,9 milhões de toneladas em relação à produção potencial da atual safra, que na virada de outubro para novembro, antes do início do processo de quebra, era projetada pela AgRural em 145,4 milhões de toneladas. A atual estimativa de produção é baseada em área de 40,4 milhões de hectares e a produtividade em 52,9 sacas por hectare, a mais baixa desde 2015/16.
O levantamento mostra ainda que 10% da área cultivada com soja na safra 2021/22 estava colhida no Brasil até quinta-feira (27), contra 5% uma semana antes e 2% no mesmo período do ano passado. Mato Grosso lidera, seguido por Rondônia e pelo Paraná.
MILHO – A colheita de milho verão 2021/22, por sua vez, chegou a 14% da área no Centro-Sul do país, ante 12% um ano atrás, com os trabalhos ainda concentrados no Sul e produtividades muito baixas devido à estiagem, especialmente no Rio Grande do Sul.
Já o plantio da safrinha 2022 de milho alcançou 14% da área estimada para o Centro-Sul do país, bem à frente do 1,5% de um ano atrás, quando a semeadura estava atrasada. Mato Grosso lidera, com boa vantagem sobre o Paraná, que vem em seguida. Neste último estado, os produtores têm preferido esperar chuvas mais consistentes para acelerar o plantio.