Apesar de registrar um ritmo de plantio acima das médias, a safra 2025/26 de soja, em Mato Grosso não vai de vento em popa. A falta de chuvas fez com que alguns produtores interrompessem os trabalhos no campo, na virada de setembro para outubro. Como destacam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), existem locais em que as precipitações têm beneficiado o cultivo da safra nova, mas em outros, há escassez hídrica.
Até o dia 3 de outubro, a semeadura atingiu 15,03% da área prevista, avanço de 9,06 pontos percentuais (p.p.) em relação à semana anterior. Os acumulados de chuva nas últimas semanas em algumas regiões favoreceram o andamento das atividades, deixando o ritmo de campo 5,44 p.p. acima do mesmo período da safra 2024/25 e 3,56 p.p. superior ao da média dos últimos cinco anos. “Apesar do progresso, informantes do Imea relataram que alguns sojicultores interromperam os trabalhos devido aos baixos volumes de chuva e às altas temperaturas em determinadas localidades”, não fossem as condições climáticas mais adversas, a superfície plantada no estado seria ainda mais inédita.
Entre as regiões do estado, médio-norte, noroeste e oeste estão mais adiantadas, com 24,27%, 18,89% e 18,24% das áreas semeadas, respectivamente. De acordo com projeções do NOAA, a tendência para as próximas semanas é de menor volume de precipitações no curto prazo, com expectativa de retomada mais consistente apenas a partir metade de outubro. “Esse cenário poderá influenciar tanto o desenvolvimento inicial das lavouras, quanto o ritmo da semeadura no estado”, acreditam os analistas.
CONSUMO – O Imea ajustou a projeção de demanda de soja em Mato Grosso. Para a safra 2024/25, as exportações foram reduzidas em 0,97% quando comparado a setembro/25, ficando estimadas em 30,50 milhões de toneladas (t). Por outro lado, o consumo interestadual registrou aumento de 11,99% em relação ao relatório de setembro/25, alcançando 6,54 mi t. Já o consumo interno do estado apresentou crescimento de 0,32% no comparativo mensal, estimado em 13,03 mi t, impulsionado pela ampliação da capacidade das indústrias esmagadoras.
Em relação aos estoques finais, estes recuaram 32,42% frente ao mês anterior, sendo projetados em 0,92 milhão t. No que se refere à safra 2025/26, as exportações foram revistas para baixo e ficaram previstas em 29,33 mi t, corte de 1,67% ante ao mês passado.
Já os consumos interestadual e interno de Mato Grosso foram mantidos em 4,54 mi t e 13,24 mi t, respectivamente. “Os estoques finais apresentaram aumento de 5,92% frente à projeção anterior, sendo estimados em 1 milhão t, resultado do atraso na comercialização da oleaginosa nesta temporada”.
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