Conforme mais uma atualização do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o plantio da safra 2023/24 de soja, no estado, atingiu 60% dos mais de 12,2 milhões hectares (ha) previsto para esse ciclo, mantendo ritmo aquém do observado em igual momento do ano passado, mesmo que o avanço semanal – contabilizado até o último dia 20 – tenha sido um dos maiores desta safra até o momento. A falta de chuvas mais constantes e abrangentes tem segurado o ritmo no campo.
Na avaliação semanal houve avanço de 24,90 pontos percentuais (p.p.). No mesmo momento do ano passado, a safra já estava semeada em 66,94% da superfície estimada. De acordo com o NOAA, as chuvas deverão ganhar intensidade somente na última semana de outubro (volumes de 15 a 25 mm), o que pode ser um ponto de atenção para o desenvolvimento das lavouras no estado.
Conforme os analistas do Imea, apesar das chuvas neste início de ciclo estarem abaixo do ideal, em várias regiões do estado os volumes observados, principalmente no final de semana passado, possibilitaram a continuidade dos trabalhos a campo em Mato Grosso. “No entanto, é importante destacar que em alguns municípios a preocupação aumentou nesta última semana, devido ao baixo regime de chuvas e, em alguns casos, a ausência de precipitação, que registrou mais de 10 dias. Esse cenário, combinado com as temperaturas mais elevadas, tem prejudicado o desenvolvimento das lavouras e, em algumas cidades, já foram observados replantios, segundo os informantes do Imea”.
Leia também: Sem chuvas e com calor recorde, lavouras de soja em MT contabilizam pontos de replantio
A região médio norte, que é a maior produtora de grãos do Brasil, já havia plantado mais de 80,2% da área destinada à oleaginosa, apresentando ganho anual de 1,38 p.p. em relação ao mesmo momento do ano passado. Com saldo positivo na comparação anual, além do médio norte está a região nordeste com avanço de 8,54 p.p., mas tem menos de 40% dos hectares cultivados.
A segunda região com mais área cultivada até o momento é a oeste com 79,91% da superfície semeada com a soja.
RECEITA X DESPESA – Dados do projeto Rentabilidade Senar/MT, Imea (2023), referentes ao custo de produção da soja transgênica para a safra 2023/24 em Mato Grosso, apresentaram queda em setembro. O custeio da oleaginosa ficou estimado em R$ 4.124,47/ha, retração de 16% em relação à safra passada e 0,51% ante a estimativa de agosto. “Essa redução mensal é pautada pelo recuo no custo com defensivos (-0,90%) e macronutriente (-0,49%), que, por sua vez, é reflexo da menor demanda no mês de setembro. Em relação ao Custo Operacional Efetivo (COE), esse ficou projetado em R$ 5.633,70/ha, queda de 0,52% no comparativo mensal (ago/23). Por fim, com a redução nas despesas do COE, o ponto de equilíbrio para a safra ficou estimado em R$ 94,36/sc, o que representa 12,81% a menos que o preço médio comercializado da soja no mês, de R$ 108,22/sc”.