Um estudo inédito que lançou a luz sobre o impacto e as dimensões da economia criativa no estado. Conduzida pelo Observatório de Mato Grosso — unidade da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt) — em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi MT), a análise oferece um panorama abrangente sobre o impacto e as múltiplas dimensões desse setor dinâmico. A apresentação foi realizada por Leonardo Zardo, supervisor de Estudos e Pesquisas do Observatório, durante evento no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.
O levantamento revela a força e a diversidade do setor criativo mato-grossense, que reúne 2.642 estabelecimentos e emprega 27.649 trabalhadores. A economia criativa foi organizada em três grandes agrupamentos — Cultura, Consumo e Tecnologia da Informação — e desmembrada em 14 categorias que incluem áreas como design, música, moda, publicidade, arquitetura e esportes.
Os dados mostram que Cuiabá concentra 30% dos estabelecimentos criativos e 42% dos empregos do setor no estado, seguida por Sinop, Rondonópolis, Várzea Grande e Sorriso. As áreas com maior número de empresas são publicidade e propaganda (976 estabelecimentos), moda (353) e mídias audiovisuais como cinema, rádio e TV (236), juntas somando quase 60% do total.
Outro número relevante é a participação feminina: 46,67% dos trabalhadores criativos são mulheres. Já em termos de escolaridade, mais da metade dos profissionais possuem ensino médio completo (52,6%), enquanto 35,9% têm ensino superior, completo ou incompleto. A maior parte dos trabalhadores está na faixa etária de 30 a 39 anos.
A massa salarial do setor alcançou R$ 604 milhões em 2023, segundo dados da RAIS, com forte impacto no consumo das famílias, especialmente em habitação (29,63%), transporte (14,61%) e alimentação (14,21%). Já a arrecadação de ICMS gerada pelo setor somou R$ 30,4 milhões.
Um dos destaques do estudo é a arrecadação de ICMS proveniente dos setores da economia criativa em Mato Grosso, que alcançou R$ 30,4 milhões em 2024, segundo dados da Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz MT).
O agrupamento de Consumo foi responsável por R$ 18 milhões (59,99%) do total arrecadado, seguido pelo setor de Cultura, com R$ 9,9 milhões (25,81%). As atividades ligadas à Tecnologia da Informação contribuíram com R$ 2,5 milhões (14,19%). Esses números evidenciam o impacto econômico direto do setor criativo nos cofres públicos, reforçando sua importância estratégica para o desenvolvimento estadual.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES – Além dos dados quantitativos, o estudo propôs uma classificação inédita dos trabalhadores criativos: os especializados (criativos atuando em setores criativos), os de apoio (não criativos em setores criativos) e os incorporados (criativos em setores não criativos). Essa abordagem permite compreender com mais precisão o papel da criatividade na geração de valor em diversas áreas da economia.
“O estudo reforça o papel estratégico da criatividade no desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso, e mostra onde estão as oportunidades para investimentos e políticas públicas mais eficazes”, afirmou Vanessa Gasch.
Fernando Pereira, gerente de Cultura e Inovação do Sesi MT, destacou que o estudo é fruto de um projeto estratégico do Departamento Nacional do Sesi, desenvolvido pelo Instituto Euvaldo Lodi de Mato Grosso (IEL MT).
“Foi uma iniciativa construída no ano passado pelo DN, com apoio do Sesi, e executada regionalmente pelo IEL MT. Agora, todo esse trabalho é mantido e atualizado pelo Observatório de Mato Grosso, o que garante continuidade e aprofundamento nas análises”, explicou Pereira. Ele reforça a importância de manter o vínculo entre as instâncias nacional e regional, ressaltando que o projeto é um exemplo de articulação bem-sucedida entre diferentes níveis do Sistema Indústria.
Quer acompanhar as principais notícias de Economia, Política e Negócios de Mato Grosso? Clique aqui e entre no grupo