A segunda projeção de safra de soja para temporada 2022/23, em Mato Grosso, trouxe mais um incremento na expectativa de área cultivada no Estado, conforme levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Os dados apontam para uma nova superfície recorde: 11,81 milhões de hectares (ha). Se a expectativa se confirmar, haverá um incremento anual de 2,92% sobre a safra anterior, até então, histórica ao Estado.
Como apontam os analistas do Imea, o aumento de área plantada de soja continua pautado pela valorização do preço da oleaginosa nos últimos anos, pela demanda aquecida no mercado e pelo cenário favorável às cotações dos subprodutos.
Entre as regiões de Mato Grosso, é observado uma grande conversão de áreas de pastagens em agricultura, principalmente as áreas degradadas ou em situações em que os pecuaristas, com menor investimento, estão saindo da atividade e arrendando as áreas para a conversão. “Essa movimentação foi identificada em regiões onde a pecuária predomina como: nordeste e norte, que apresentaram expectativa de aumento de 86,70 mil hectares e 78,37 mil hectares, respectivamente, frente à temporada anterior”, explicam os analistas.
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Em relação à produtividade, neste primeiro momento, as projeções ficam limitadas, visto que alguns pontos que podem impactar no decorrer da safra ainda estão em aberto, como: condições climáticas, ocorrência de pragas e doença, incertezas dos investimentos para a próxima temporada — devido ao alto custo de produção — e a indefinição quanto a oferta de insumos no mercado mundial. “Diante desses fatores, a estimativa foi projetada em 58,58 sc/ha, indicando um recuo inicial de 1,26% em relação aos rendimentos da safra 2021/22. Por fim, a produção da safra 2022/23 foi ampliada para 41,51 milhões de toneladas de soja, representando uma alta de 1,62% ante a safra 2021/22”, aponta o Imea.
MAIOR SAFRA DA HISTÓRIA – O Imea consolidou a área de soja para safra 2021/22, em Mato Grosso, a validação das informações foi através de sensoriamento remoto e os resultados apontaram um incremento significativo para a área final da oleaginosa no Estado. Desse modo, a área final passa a ser de 11,48 milhões de hectares, aumento de 5,13% ante ao relatório anterior e 9,66% em relação ao observado na safra passada.
A valorização do preço da soja no mercado e a demanda aquecida incentivaram os produtores de Mato Grosso a destinar uma maior área para a temporada. Entre as regiões do Estado, destacam-se a norte e noroeste que apresentaram os maiores incrementos ante a safra anterior, respectivamente. “As regiões em questão têm como característica a pecuária, no entanto, a maior competitividade da soja favoreceu a conversão de pastagem em agricultura. Este movimento vem sendo observado desde a safra anterior e nesta temporada a expansão continuou ganhando força nas regiões”, explicam os analisas.
Em relação aos rendimentos, a produtividade no Estado foi consolidada em 59,33 sc/ha, incremento de 3,33% ante a safra passada.
“De modo geral, o ciclo 2021/22 foi marcado pelo adiantamento na semeadura e o desenvolvimento das lavouras dentro do esperado na maior parte das regiões produtoras em Mato Grosso. Por outro lado, o excesso de chuvas no período da colheita, os registros de tombamento de plantas, anomalias nas vagens e atrasos nas entregas de dessecantes, aumentaram o percentual de grãos avariados em algumas regiões de Mato Grosso. Por fim, com o reajuste da área de soja neste relatório e a manutenção da produtividade já firmada no Estado, a produção de soja ficou consolidada em 40,85 milhões de toneladas, alta de 13,32% ante a safra passada, caracterizando a maior safra da série histórica do Estado”, concluem.
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