A suspensão dos financiamentos do Plano Safra 2024/2025, pelo governo federal, é uma medida que gera preocupação e insegurança para os produtores rurais e para toda a cadeia produtiva do agronegócio. Por maio de nota, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), condenaram a medida e frisam que: “a suspensão compromete diretamente a continuidade da produção agropecuária, a segurança alimentar e a estabilidade econômica do setor”.
Como já noticiado mais cedo pelo MT Econômico, a suspensão é reflexo da falta de orçamento daquele que foi anunciado pelo governo federal, no ano passado, como “o maior da história”.
Conforme as entidades ruralistas, a agricultura e a pecuária são atividades que demandam previsibilidade e planejamento. “A suspensão do crédito rural gera insegurança para os produtores, especialmente no momento em que muitos ainda colhem a safra atual e iniciam o plantio da próxima. O setor produtivo já enfrenta desafios como oscilação cambial, aumento nos custos de produção e uma taxa de juros elevada. A retirada do suporte governamental agrava ainda mais esse cenário. O crédito rural é a base para a produção agrícola no Brasil, garantindo que os produtores tenham acesso a recursos para custear suas lavouras, investir em tecnologia e manter a competitividade no mercado global. Sem esse apoio, muitos enfrentarão dificuldades para financiar suas operações, o que pode resultar na redução da área plantada, na queda da produtividade e no aumento dos custos operacionais”.
Para o setor, o impacto não se limita apenas ao campo. A falta de crédito pode refletir diretamente no abastecimento interno, influenciando o preço dos alimentos e pressionando a inflação. Soja e milho são insumos essenciais para a cadeia produtiva de proteínas, e qualquer dificuldade na produção desses grãos afeta diretamente o preço da carne, do leite e dos ovos, prejudicando toda a população, especialmente as famílias de menor renda. Além disso, a medida coloca em risco a posição do Brasil no mercado internacional. “O agronegócio brasileiro é um dos principais responsáveis pelo superávit comercial do país, e a insegurança gerada pela falta de previsibilidade nos financiamentos pode afastar investidores, reduzir a competitividade dos produtores e abrir espaço para concorrentes em mercados estratégicos”.
As entidades pontuam que a decisão vai na contramão do discurso recente do governo federal que se compromete com a diminuição de preços dos alimentos. “Na prática, o governo tem adotado políticas que aumentam a inflação, criando um cenário contraditório que não fecha a conta. O Brasil tem no agro um dos seus pilares econômicos e sociais. Os produtores rurais não podem ser penalizados por decisões que desconsideram a importância do setor para o país. A retomada dos financiamentos do Plano Safra é urgente para garantir que o Brasil continue sendo um dos maiores produtores de alimentos do mundo e para assegurar que a população tenha acesso a produtos de qualidade a preços justos. É necessário que o governo federal apresente uma solução imediata para evitar prejuízos irreversíveis ao setor produtivo e à economia nacional”.
A Famato reforça a necessidade de uma gestão fiscal eficiente, que garanta a execução plena dos recursos previstos no Plano Safra e permita um planejamento adequado para os produtores. “É fundamental que o governo adote medidas urgentes para restabelecer o crédito rural, evitando prejuízos irreversíveis ao setor agropecuário e à economia brasileira”, reforça.
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