De acordo com o 2º levantamento das intenções de confinamento para 2025, em Mato Grosso, realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ao longo de julho/25, mesmo com o menor percentual de pecuaristas que optaram por realizar confinamento, o volume total de gado aumentou 3,84% em relação ao volume confinado em 2024, e a perspectiva é que sejam confinadas 926,78 mil cabeças entre os 116 participantes da pesquisa.
A perspectiva se dá apesar da alta anual de 11,93% no custo da diária, reflexo da alta nos preços do milho, que fechou em R$ 13,25/cabeça/dia, a maior recuperação na arroba do boi gordo resultou em uma das maiores relações de troca boi/milho dos últimos anos, sustentando a intensificação da atividade. A decisão de não confinar concentrou-se principalmente em propriedades de menor capacidade estática, observam os analistas do Imea.
“Além disso, observou-se também o crescimento do uso da Terminação Intensiva a Pasto (TIP) pelos pecuaristas que não confinarão, favorecida pelo menor custo e pela menor demanda por infraestrutura, enquanto o semi-confinamento manteve participação semelhante à de anos anteriores. A utilização de mecanismos de proteção de preços recuou, refletindo a alta nos preços do boi gordo esperada pelos pecuaristas em função da transição do ciclo pecuário”.

A expectativa de alta de 3,84% no confinamento, em relação ao volume confinado em 2024, se justifica pela expressiva melhora na margem da atividade, tendo em vista a recuperação nos preços do boi gordo. Tamanha foi a recuperação da arroba no estado que, mesmo em um cenário de alta no custo da diária confinada, a margem da atividade ainda foi superior”.
De acordo com os entrevistados, o custo alimentar e operacional nos confinamentos em 2025 foi de R$ 13,25/cabeça/dia, alta de 11,93% em relação a 2024. Além disso, mesmo com a alta nos preços do milho, 80% do volume a ser usado na temporada já foi garantido pelos confinadores, no qual muitos aproveitaram a janela de oportunidade do milho mais barato no estado. Além do confinamento, outros sistemas de terminação têm avançado no estado. Entre os pecuaristas que optaram por não realizar confinamento neste ano, o uso do semi-confinamento manteve-se em patamares semelhantes para ambos os grupos. Já a adesão da Terminação Intensiva a Pasto (TIP) foi maior entre os que não realizarão confinamento, com 18,18%, ao passo que entre os confinadores ativos este ano, a TIP é realizada por apenas 6,90%.
“A baixa utilização de mecanismos de proteção de preços, com apenas 8% dos entrevistados travando com frigoríficos e 3,70% via bolsa, reflete o momento de alta no mercado do boi gordo. Para este ano, a principal preocupação entre os confinadores foi o preço de reposição, seguido pelo preço do boi gordo”, observam os analistas.
Com a manutenção do ritmo de confinamento e o avanço de sistemas alternativos, o segundo semestre deve concentrar a maior parte dos envios para abate, especialmente nos meses de agosto, setembro e outubro, consolidando 2025 como um ano de forte desempenho para a terminação intensiva em Mato Grosso.
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