A cesta básica de Cuiabá abriu o ano quebrando mais um recorde ao atingir nova marca acima de R$ 650. O conjunto de alimentos básicos fechou janeiro cotado a R$ 651,04, alta mensal de 0,04% em relação aos R$ 650,77 de dezembro e de mais de 6,5% na comparação anual ante igual momento do ano passado, quando a média havia ficado em R$ 611,34.
Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apesar da evolução dos preços, Cuiabá deixou de apresentar a cesta mais cara entre as capitais do Centro-Oeste, passando o posto para Campo Grande, cuja média foi de R$ 660,11. Com essa movimentação, a Capital de Mato Grosso fechou janeiro com o 8º maior valor do ranking nacional.
Com essa variação, o cuiabano segue despendendo mais da metade do valor do salário mínimo bruto, R$ 1.212 para aquisição da cesta básica. Em janeiro foram necessários mais de 53% do piso nacional.
No ranking nacional, realizado por meio da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Dieese, 16 – das 17 capitais que fazem parte do levantamento – registraram alta de preços. Pela ordem, as mais caras foram encontradas em: São Paulo (R$ 713,86), Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00).
No Centro-Oeste, Brasília e Campo Grande se destacam como as capitais mais ‘caras’ da região. Conforme o Dieese, em janeiro, os preços médios foram de R$ 661,09 e de R$ 660,11, respectivamente.
Desde janeiro de 2016, o Diesse suspendeu a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos na capital mato-grossense, avaliação mensal que vem sendo realizada pelo Imea, que adota a mesma metodologia do Departamento e por isso é possível inserir Cuiabá no contexto nacional. No entanto, o Imea alterou a forma de divulgação dos preços da cesta básica e por isso não é possível saber quais alimentos contribuíram para o avanço anual do preço.
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PELO DIEESE – Em janeiro, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 16 das 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As altas mais expressivas ocorreram em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).
A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre os preços de janeiro de 2022 e os de janeiro de 2021, mostrou que as maiores altas acumuladas ocorreram em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%). As menores variações acumuladas foram registradas em Florianópolis (6,79%) e Belo Horizonte (6,85%). Com base na cesta mais cara, que, em janeiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em janeiro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 5.997,14 ou 4,95 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em dezembro de 2021, quando o piso nacional equivalia a R$ 1.100,00, o mínimo necessário calculado pelo Dieese ficou em R$ 5.800,98 ou 5,27 vezes o piso em vigor e, em janeiro, em R$ 5.495,52, ou 5,00 vezes o valor vigente.
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