A cesta básica cuiabana registrou em novembro o primeiro ‘freio’ do ano em relação à ascensão de valores, movimento que vinha sendo registrado desde dezembro do ano passado. Apesar de retrair 0,02% em relação a média de preços de outubro, o conjunto de alimentos se mantém cotado acima de R$ 600 e se torna o mais caro entre as capitais do Centro-Oeste, galgando ainda a sexta posição no ranking nacional, ante uma certa estacionada até o mês passado, na sétima colocação.
Em novembro, a cesta básica em Cuiabá registrou média de R$ 647,93, -0,02% em relação a outubro, quando custava R$ 648,03. No entanto, na comparação anual – ante R$ 575,14 – há alta de mais de 12,5%.
Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Cuiabá está atrás somente de Florianópolis, R$ 710,53, São Paulo, R$ 692,27, Porto Alegre, R$ 685,32, Vitória, R$ 668,17 e Rio de Janeiro, R$ 665,60.
Em relação às capitais da região, Cuiabá lidera em valores, seguida por Campo Grande – líder no Centro-Oeste até o mês passado – R$ 645,17, na sequencia vem Brasília, R$ 631,95 e Goiânia, R$ 599,64.
Carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, pão francês, café em pó, banana, açúcar, óleo e manteiga, integram o conjunto de alimentos tidos como básicos para uma família de quatro pessoas por 30 dias.
Mesmo com variação negativa, o cuiabano segue despendendo quase 60% do salário mínimo bruto, R$ 1.100, para aquisição da cesta básica.
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NO PAÍS – O custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em nove cidades, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Dieese em 17 capitais. As maiores altas foram registradas nas cidades do Norte e do Nordeste: Recife (8,13%), Salvador (3,76%), João Pessoa (3,62%), Natal (3,25%), Fortaleza (2,91%), Belém (2,27%) e Aracaju (1,96%). Florianópolis (1,40%) e Goiânia (1,33%) também apresentaram elevação no custo médio. As reduções mais importantes ocorreram em Brasília (-1,88%), Campo Grande (-1,26%) e no Rio de Janeiro (-1,22%). A cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 710,53), seguida pelas de São Paulo (R$ 692,27), Porto Alegre (R$ 685,32), Vitória (R$ 668,17) e Rio de Janeiro (R$ 665,60).
Com base na cesta mais cara que, em novembro, foi a de Florianópolis, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.969,17, o que corresponde a 5,42 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Já em outubro, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.886,50, ou 5,35 vezes o piso em vigor.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em novembro, 58,95% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em outubro, o percentual foi de 58,35%.
ANÁLISE – Desde janeiro de 2016, o Dieese suspendeu a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos na capital mato-grossense, avaliação mensal que vem sendo realizada pelo Imea.
O Imea alterou a forma de divulgação dos preços da cesta básica em junho deste ano e por isso não é possível saber quais alimentos contribuíram para o avanço anual do preço.
Mas como o Imea utiliza a mesma metodologia do Dieese, é possível inserir Cuiabá no ranking nacional e analisar o comportamento do preço dos alimentos básicos a cada período.