O momento econômico que estamos vivendo é de oportunidade para comprar imóvel, segundo avaliação do diretor regional da Plaenge Cuiabá, Diogo Marchioto. Em entrevista especial ao Mato Grosso Econômico, o executivo falou sobre as fases que o mercado imobiliário está passando desde a Copa do Mundo de 2014, pandemia em 2020 e atual cenário de aumento da inflação 2021/22.
1ª Fase – Copa do Mundo em 2014 (pré e pós-copa)
Em meados de 2011 até a data do mundial, em 2014, quando foi sediado no Brasil a Copa do Mundo, o mercado imobiliário passou por um momento de alta demanda. Em Mato Grosso, na capital Cuiabá, uma das cidades-sede da Copa, isso também ocorreu.
A expectativa empresarial e da população foi muito grande nessa época, pois desde 1950 não acontecia uma Copa do Mundo no Brasil. Sendo assim, investidores e empresários apostaram nesse momento para fomentar negócios no mercado. Na ponta do consumidor, cresceu também o interesse por diversos tipos de produtos e investimentos, entre eles o imóvel, já que o país estava em holofote mundial e isso projetaria valorização dos empreendimentos, principalmente nas cidades-sede da Copa.
Os governos dos estados brasileiros e o governo federal também investiram em infraestrutura urbana e logística, houve geração de emprego e o momento era considerado perfeito para o desenvolvimento econômico e social.
No entanto, veio o pós-copa, onde foi possível encontrar no setor imobiliário inúmeros imóveis que ainda não tinham sido vendidos, devido ao aumento da oferta durante a fase pré-copa, tanto de casas, como apartamentos e terrenos. As construtoras que não souberam fazer um planejamento pós-copa acabaram tendo estoques de unidades habitacionais e comerciais, num momento considerado de esfriamento do mercado, principalmente entre 2014 e 2016.
Uma crise econômica e política aconteceu na época em que os brasileiros presenciaram até impeachment presidencial em 2016, gerando impacto no PIB (Produto Interno Bruto), principal indicador que representa o crescimento geral da economia do Brasil.
Veja abaixo o histórico do PIB (Produto Interno Bruto)
Em Mato Grosso, segundo últimos dados do governo estadual, apesar da crise no país, o PIB setorial apresentou uma diferença marcante, comparando os setores do comércio, serviços e agronegócio. O setor agropecuário teve forte crescimento entre 2016 e 2017, fase de recessão no Brasil. Isso fez com que a queda no mercado imobiliário fosse menor no Estado do que o restante do país.
Veja abaixo gráfico do PIB de Mato Grosso por setor econômico, entre 2016 2017.
2ª Fase – Pandemia em 2020
Já em 2020, fase mais crítica da pandemia, o que parecia ser uma uma crise mais forte para o mercado imobiliário ocorreu um movimento inverso, de aquecimento nas vendas, devido à redução da taxa básica de juros (Selic), que desde 2016 vinha caindo e chegou ao patamar histórico mais baixo em 2020. A redução teve como objetivo estimular o consumo e a economia.
Sendo assim, durante a pandemia (2020), os financiamentos imobiliários ficaram com juros reduzidos e muita gente comprou imóveis.
Veja abaixo gráfico de redução da Taxa Selic que impacta todo setor de crédito no país e que fez os financiamentos imobiliários saírem do patamar de 13% para em média 6% ao ano. Isso incentivou a aquisição de imóveis e o setor da construção civil, além dos demais setores da economia.
3ª Fase – Aumento da Inflação 2021/22
Passando 2020, período mais crítico da pandemia e de tentativa do governo estimular a economia, entramos na fase de vacinação e retomada econômica em 2021. Após inúmeros lockdowns no comércio e fechamento temporário de indústrias, desemprego e dificuldade no país, agora vivemos num novo momento: O aumento dos juros para controlar a inflação dos produtos e serviços.
Por conta disso, o gerente regional da Plaenge afirma que hoje é um bom momento para comprar imóveis. “Os juros vão aumentar cada vez mais, isso já está previsto. Historicamente sempre tivemos juros altos e as pessoas terão que se acostumar”, disse Diogo Marchioto.
A taxa Selic que chegou a 2% em 2020 já está no patamar de 7,75% e a expectativa é de aumentar ainda mais, pois a inflação já supera os dois dígitos, acima de 10%. O IPCA de outubro de 2021 registrou 1,25%, sendo o resultado acumulado nos últimos 12 meses de 10,67%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 10/11/21. Esse aumento vai influenciar nas taxas de financiamento imobiliário.
Controle da inflação
A inflação crescente no Brasil pode ser controlada, basicamente de três formas. A primeira está relacionada ao aumento da taxa de juros, cuja responsabilidade é do governo federal e da sua equipe econômica, junto aos órgãos reguladores do mercado, que tem como objetivo controlar o consumo e consequentemente os preços dos produtos e serviços disponíveis aos consumidores.
A segunda forma é as famílias controlarem melhor o orçamento doméstico e substituir o uso de alguns produtos de consumo por outros. Por exemplo, se a carne está cara e as pessoas comerem mais frango, a demanda de carne deve baixar e o preço também pode cair. Se a gasolina está cara e as pessoas reduzirem a circulação de veículos, pegarem mais carona e a demanda de vendas de combustíveis baixar, pode ser que os preços reduzam, assim como aconteceu na pandemia, quando tinha menos veículos transitando na cidade e que teve queda no preço da gasolina e etanol.
Esse comportamento econômico é baseado na Lei da Oferta e Procura, que muita gente já conhece.
E a terceira forma de minimizar os efeitos da inflação é encontrar bons investimentos para proteger o capital e até obter lucro em cenário adverso. E isso, não depende do governo, mas da decisão pessoal de cada um, de onde e como investir.
Nessa reportagem especial do Mato Grosso Econômico, trazemos uma forma de investimento que historicamente sempre teve sua importância e no atual momento volta a entrar em evidência: imóveis.
Estamos passando por um cenário de retomada econômica no pós-pandemia. Com o avanço da vacinação, o comércio já registra nos últimos meses boa aceleração, após inúmeros lockdowns que prejudicaram o setor e a economia como um todo. O mercado de trabalho está se recuperando e devolvendo aos consumidores a oportunidade de consumir. Por outro lado, a inflação faz com que as famílias pensem melhor sobre a compra de itens de necessidade e produtos de maior valor.
Todo consumo acelerado, principalmente causado por uma demanda reprimida do período da pandemia, faz com que os preços dos produtos aumentem. É só olharmos em nossa rotina o quanto aumentou o valor do combustível, alimentos, transporte e serviços em geral.
Além disso, inúmeros investimentos tiveram variação entre 2020 e 2021, sendo que alguns negativamente e outros positivamente.
O Mato Grosso Econômico traz essa matéria especial para você, que é um investidor e que talvez esteja tendo prejuízo em alguns investimentos, ou até mesmo esteja pensando em comprar um imóvel para investir no conforto da sua família.
Mercado Financeiro
Nos últimos quatro anos, o sinônimo da palavra “investimentos” que tem se propagado no mercado é a bolsa de valores. No entanto, quem acompanha a rotina do mercado financeiro sabe que o desempenho dos ativos não vão tão bem assim. Aliás, apenas em 2021, inúmeras ações caíram num patamar de 40% até 60%, outros ativos um pouco mais. Estamos falando de empresas conhecidas como Via Varejo (VIIA3), dona das Casas Bahia, por exemplo. O preço do ativo caiu 67,25% em um ano (11 nov/20 a 11 de nov/21). Comparando na prática, é como se quem investiu R$ 1 milhão, tivesse hoje R$ 327,5 mil (67,25% a menos), perda de R$ 672,5 do capital, ou seja, além de não ter tido rentabilidade, muitos investidores têm perdido parte do seu capital principal com investimentos mais arriscados.
Veja abaixo gráfico da VIIA3 (Uma das maiores varejistas do Brasil, dona das Casas Bahia, Ponto – antigo Ponto Frio -, Bartira e Extra.
Outra empresa que podemos citar em relação aos inúmeros investimentos que se desvalorizaram na bolsa de valores em 2021, é a Vale do Rio Doce (Vale3). Apenas nos últimos 6 meses a empresa caiu 40,51%. Na prática, caso fosse feito um investimento de R$ 1 milhão no ativo, o investidor teria perdido R$ 405.100, ficando com o capital atual de R$ 594.900 (-40,25%)
Veja abaixo gráfico da VALE3 dos últimos 6 meses
Investimento Imobiliário
Com esse cenário conturbado no mundo dos investimentos do mercado financeiro, você lembra do que seu pai e avô falavam, que investir em imóveis é algo seguro e que sempre tem valorização mais consistente. De fato, isso é verdade, por isso o Mato Grosso Econômico foi conversar com quem vivencia o setor, a Plaenge, uma das maiores construtoras de Mato Grosso e do país.
Se você quer entender as mudanças do mercado imobiliário desde o período da copa em 2014, pandemia em 2020 e o atual momento de inflação 2020/21, ouça o áudio abaixo e entenda por que investir em imóvel pode ser estratégico para se proteger da inflação, ter valorização patrimonial e ainda preservar seu capital.
“O ganho de se investir num imóvel pode ser até de 40% em um curto espaço de tempo, de dois a três anos, de forma mais consistente, com menos risco. Já na bolsa de valores o risco pode ser muito maior e a perda também”, compara Diogo Marchioto.
Diante do aumento da taxa de juros para controlar a inflação, o diretor da Plaenge disse que o momento é oportuno para investir em imóveis.
“A hora de adquirir um imóvel é agora, pois as taxas de juros irão aumentar cada vez mais”, destacou o entrevistado, analisando o cenário econômico atual diante das oportunidades de investimento.
Ouça o áudio da entrevista completa abaixo