A semana foi marcada por variações sobre os preços de bomba do etanol hidratado em Cuiabá e Várzea Grande. Os valores foram sensivelmente alterados para cima e para baixo, mas estão finalizando a Semana Santa em mais um nível recorde, podendo ser encontrado por até R$ 5,29, como o encontrado ontem em um posto bandeirado na Estrada do Moinho, na Capital. Aliás, a semana foi marcada por reajustes dos principais produtos essenciais nas duas cidades: etanol, cesta básica e energia elétrica.
Monitoramento realizado pelo MT Econômico observou que de segunda-feira (11) até ontem, quinta-feira (14), os preços saíram de uma média de R$ 4,77 para R$ 4,69 até R$ 4,65. Mas onde houve a redução, houve elevação já no dia seguinte, fixando o preço de bomba em média a R$ 4,79, R$ 5,19 a até R$ 5,29.
No varejo a explicação foi a mesma de sempre, “repasse feito pelas distribuidoras”, “o gerente mandou aumentar”.
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O aposentado Feliciano Costa, que estava abastecendo seu carro em um posto BR, no Cristo Rei, disse que o preço do etanol está mudando muito. “Sem explicações para gente, fica mais caro, fica mais barato. Comecei a fazer médias e não uso mais o biocombustível. Só estou comprando gasolina. Desde o ultimo reajuste da Petrobras, a gasolina foi para R$ 6,99, mas agora se estabilizou em R$ 6,77, pelo menos aqui perto de casa. Diante dessa falta de transparência em relação ao etanol, deixei ele de lado”.
Considerando um preço médio ao etanol de R$ 4,75/4,79 pelo litro e o da gasolina até R$ 6,99, o biocombustível segue apresentando vantagem financeira sobre o derivado de petróleo, naquela relação 70/30. Mas como já noticiado no MT Econômico, o etanol vem perdendo a preferência do mato-grossense, justamente pelas sucessivas majorações.
Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostram que nos dois primeiros meses do ano o consumo do etanol caiu 26%. O volume vendido do derivado da cana ou do milho ficou em 111,1 milhões de litros. Por outro lado, a preferência pela gasolina resultou em um comércio 112 milhões de litros. Em 2021, o volume de etanol foi de 150,1 milhões de litros e o de gasolina ficou em 84,2 milhões de litros. Esse movimento era ‘tradição’ no Estado, desde que o etanol passou a ser mais viável financeiramente, frente ao derivado de petróleo, a partir de 2010.
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