Já estão valendo os novos reajustes nos preços das cervejas, anunciado pela cervejaria Ambev e que estão em vigor desde o último dia 1º. O setor de bares e restaurantes, um dos mais duramente atingidos pela pandemia, não consegue suportar o novo aumento sem repassar para o consumidor e isso deve acontecer instantaneamente. Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a expectativa é que o reajuste acompanhe a inflação acumulada nos últimos 12 meses e fique em até 10%.
Conforme Lorenna Bezerra, presidente da Abrasel/MT, em Mato Grosso o setor não tem como absorver esse custo extra. “Estão falando em aumento de até 20% e sabemos que não será só a Ambev, as outras cervejarias com certeza vão acabar aumentando também”, ressalta.
O presidente da Abrasel Nacional, Paulo Solmucci, diz que o aumento anunciado pela cervejaria, embora compreensível em função da alta nos insumos e do dólar, não é desejável e nem bem recebido. “O setor está hiper pressionado por aumento de custos na luz, no aluguel, nos alimentos, nos combustíveis, por exemplo”, afirma. Para ele, o reajuste proposto pela Ambev abre as portas para que as outras cervejarias façam o mesmo. “Há uma referência de preços no mercado ditado pela empresa. Quando ela aumenta, as concorrentes acompanham a decisão”, explica.
Somado a isso, a Abrasel recebeu a notícia de que o Ministro de Minas e Energia descartou o retorno do horário de verão, uma reivindicação do setor da economia (entre eles bares e restaurantes). Isso seria uma tentativa de melhorar os negócios com uma hora a mais de claridade durante o dia.
“Para quem trabalha nos bares e restaurantes, uma hora a mais do dia faz muita diferença e provoca uma mudança no comportamento do consumidor, que pode aproveitar um pouco mais o happy hour, gerando um aumento no faturamento no setor”, finaliza Lorenna. Porém, com este aumento nos valores, é provável que esta reivindicação não surta o efeito esperado.