Atingindo um recorde histórico, o Brasil exportou US$ 62 bilhões em produtos do agronegócio no primeiro semestre, com expectativa de alcançar cerca de US$ 120 bilhões este ano. Ainda que o cenário seja positivo, os preços elevados das commodities devem chamar a atenção dos produtores.
De acordo com dados do CEPEA/ESALO-USP, o PIB do agronegócio registrou crescimento de 5,35% na renda do setor, no primeiro trimestre de 2021. A agropecuária também foi a protagonista de produção, avançando 11,16%.
O crescimento foi mais intenso na agricultura (alta de 14,77%), puxado principalmente pelos preços elevados no mercado de grãos e pela expectativa de maior produção no campo, mesmo com a quebra da segunda safra de milho.
A pecuária também rendeu bons resultados, mesmo com os preços elevados das proteínas, como carnes, leite e ovos. O PIB deste setor teve alta mais modesta, de 2,54%. Isso se deve ao efeito da elevação do custo de produção, sobretudo da alta no mercado de grãos.
No entanto, esses saldos positivos no exterior devem ser ponderados pelos produtores, analisando o contexto nacional. O bom desempenho no campo aquece outros setores, mas para produzir mais, a agropecuária precisa de mais insumos.
Esse movimento de alta também pesa sobre o consumidor final brasileiro, elevando preços de alimentos em um momento que o país atravessa uma crise sanitária com importante impacto sobre o poder de consumo das famílias.
Conforme dados do IPCA-IBGE, em 2020, o índice de preço do consumidor amplo apontou alta de 14,09% para o grupo “alimentos e bebidas”. Neste ano, o grupo segue em alta, mas já em menor patamar, acumulando 2,72% até junho.
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