Postos de combustíveis localizados em Cuiabá e Várzea Grande iniciaram o reajuste de preços nas bombas antes mesmo da reposição dos estoques. Poucas horas após anúncio de alta feito pela Petrobras, os valores para gasolina, diesel e até mesmo o etanol – que não tem valores indexados pela Estatal – foram alterados, em alguns casos, em até um real.
Nas revendas, antes mesmo das 12h de ontem, o litro do óleo diesel que estava fixado entre R$ 5,89/5,99 passou a R$ 6,98, alta de cerca de um real. Vale destacar que a alta anunciada pela Estatal passou a valer a meia noite de hoje, sexta-feira. Pela lógica, a alta nas bombas deveria vir após o recebimento de novas cargas, com novos preços.
Sem atender à lógica, o mercado varejista majorou preços à gasolina e o etanol, matrizes mais consumidas nas duas cidades, ainda na manhã de ontem. A gasolina que podia ser encontrada em torno de R$ 5,99, R$ 6,13 até R$ 6,37 foi a quase sete reais o litro: R$ 6,98. O etanol, após atingir o menor valor em sete meses, R$ 3,97/3,95 passou em alguns casos a R$ 4,05, R$ 4,17 e até, R$ 4,60, segundo apurado pelo MT Econômico.
A frente das bombas, frentistas desconhecem os motivos das altas, quase que generalizadas. O discurso é o de sempre: “o patrão {a chefia} mandou aumentar”.
Correndo contra a alta, o professor universitário João Lucas Costa, estava indignado com a ameaça dos novos preços. “Primeiro a Petrobras reajusta a níveis pesados, o diesel faz aumentar tudo e é o que mais inflacionou, quase 25%. A segunda revolta é porque os empresários estão se aproveitando do momento e aumentando antes de receber combustível com o preço novo. Quando essas remessas chegarem, vai ter novo aumento?”.
Ontem, refletindo o avanço das cotações do petróleo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras anunciou reajustes nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. No caso da gasolina, o reajuste para as distribuidoras é de 18,8%. O preço médio passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro.
Para o diesel, o aumento é ainda maior, de 24,9%. O valor subirá quase R$ 1 por litro, de R$ 3,61 para R$ 4,51.
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O gás de cozinha, produto conhecido como GLP (gás liquefeito de petróleo), terá seu primeiro reajuste após 152 dias. O preço médio de venda, para as distribuidoras, passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, um reajuste de 16,1%. O preço médio final do botijão de 13 quilos, mais usado em residências, tem permanecido estável em torno de R$ 102, pelas últimas semanas.
Com o reajuste da Petrobras, poderia passar para cerca de R$ 110, caso todas os outros componentes fiquem no mesmo patamar atual.
Os reajustes foram anunciados em meio a debate no Governo e no Congresso sobre a política de preços dos combustíveis da estatal, que prevê o acompanhamento das cotações internacionais do petróleo.
Em nota, a Petrobras afirmou que o anúncio “vai no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda”.
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