Com a taxa Selic mantida em 15% ao ano pelo Banco Central, o mercado imobiliário enfrenta um cenário de crédito mais restrito e caro, o que pode abrir oportunidades para compradores que optam pelo pagamento à vista. De acordo com especialistas o aumento dos juros impacta diretamente o financiamento imobiliário, reduzindo o volume de empréstimos e incentivando negociações mais favoráveis para quem dispõe de recursos próprios.
A Selic, que serve como referência para as taxas de juros no país, foi elevada progressivamente ao longo de 2025, alcançando 15% em junho e mantendo-se nesse patamar até julho, conforme decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). Esse nível, o mais alto em quase duas décadas, visa controlar a inflação, mas tem reflexos diretos na economia real.
De acordo com projeções da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o volume de crédito imobiliário deve encolher 10% em 2025, após anos de expansão, devido ao encarecimento dos financiamentos. Com taxas de juros para empréstimos imobiliários superando os 10% ao ano em média, potenciais compradores postergam aquisições, o que pressiona os vendedores a oferecer descontos e condições melhores para transações à vista.
“O aumento da Selic para 15% torna o crédito mais caro, elevando o custo das parcelas e reduzindo o poder de compra de quem depende de financiamento. Isso cria uma janela de oportunidade para compradores à vista, que podem negociar descontos de até 15% no valor do imóvel, além de prazos de fechamento mais rápidos e isenções de taxas adicionais”, explica Thiago Caputo Cavalieri, CEO da Special Imóveis.
“Em um contexto de queda no volume de financiamentos, os vendedores estão mais abertos a propostas diretas, especialmente em regiões como São Paulo e Rio de Janeiro, onde os preços dos imóveis subiram modestamente 4,62% no ano, mas caíram 0,87% quando ajustados pela inflação”, completa.
Para negociar melhor nesse ambiente, Cavalieri recomenda estratégias como:
Pesquisar o mercado local: identifique imóveis com maior tempo de anúncio, que indicam vendedores mais motivados a conceder descontos.
Apresentar propostas à vista: enfatize a agilidade da transação, evitando burocracias de financiamento, o que pode render abatimentos de 5% a 10%.
Consultar especialistas: avalie o impacto fiscal e jurídico para maximizar benefícios, como redução em ITBI ou custos notariais.
“Recomendamos que os compradores preparem documentação financeira sólida para demonstrar capacidade de pagamento imediato. Em tempos de Selic elevada, essa abordagem não só acelera o processo, mas também fortalece a posição negocial, transformando um cenário desafiador em uma oportunidade de investimento rentável”, complementa o CEO.
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