Confirmando o comportamento registrado ao logo de 2021, os preços médios para o litro do óleo diesel e do diesel S-10, em Mato Grosso, registraram alta acima do observado no País, conforme balanço realizado pelo Índice de Preços Ticket Log (IPTL). No Estado a variação em relação a 2020 foi de 50% e de 46,9%, respectivamente. Já pelo indicador IPTL as altas fecharam o ano em 46,1% e 46,6%.
Com base nos dados atualizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro do diesel fechava 2020 a um valor médio de R$ 3,84 e em igual momento de 2021, a média foi elevada a R$ 5,23, o que revela a majoração anual de mais 50%. O S-10 fechou 2020 a R$ 3,94 e 2021 a R$ 5,79, alta de 46,95% no mesmo período de comparação.
Pelo IPTL, o litro do diesel encerrou o ano passado com média de nos postos brasileiros de R$ 5,612, baixa de 0,08% em relação a novembro. Porém, considerando o valor cobrado em dezembro do ano passado, em que a média chegava a R$ 3,841, houve um acréscimo de 46,1% no preço. O diesel S-10 também fechou com o valor estável, a R$ 5,676, baixa de 0,08% em relação a novembro, 46,6% mais caro se comparado a dezembro do ano passado.
Todas as regiões brasileiras registraram alguma queda ou estabilidade no valor do diesel comum ou do S-10, com exceção do Norte do País, que apresentou a maior média para o diesel comum (R$ 5,836) e para o diesel S-10 (R$ 5,892), com acréscimos de 0,03% e de 0,05% respectivamente. O Sul do país teve resultado inverso, sendo a região com a menor média no valor do diesel comum (R$ 5,197) e do diesel S-10 (R$ 5,247) e declínios de 0,29% e 0,23% nos valores, respectivamente.
Na análise por Estado, o Acre comercializou o diesel comum pela maior média nacional, a R$ 6,337, e para o diesel S-10 (R$ 6,279). Já as menores médias foram encontradas no Paraná: R$ 5,108 para o diesel comum e R$ 5,162 para o S-10.
O diesel comum que registrou o maior aumento (2,04%) foi o de Roraima, passando de R$ 5,945 para R$ 6,066, enquanto o de maior redução no valor comercializado foi o do Amapá, que passou de R$ 5,856 para R$ 5,730, queda de 2,15%. O diesel S10 com maior aumento no preço médio (0,99%) foi o de Roraima, que passou de R$ 5,964 para R$ 6,023. Já o S-10 com a redução mais expressiva, de 1,44%, foi encontrado em Goiás, e o valor que antes era R$ 5,692 passou para R$ 5,610.
“Apesar do indicativo de estabilidade no preço do diesel, de acordo com o levantamento da Ticket Log, e respiro em relação às altas consecutivas que vimos nos últimos meses, as médias de valor ao combustível estão altas e o brasileiro ainda sente no bolso, principalmente se comparado aos valores de um ano atrás”, destaca Douglas Pina, Head de Mercado Urbano da Edenred Brasil.
O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log.
Extremos: MT tem maior valor médio ao diesel S-10 e a gasolina mais barata da região
BIODIESEL – A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) está preocupada com a com a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que no mês de novembro decidiu que a mistura do biodiesel ao diesel permaneceria em 10% ao longo de todo o ano de 2022. Conforme o Economista-Chefe da entidade, ao adotar este teor de mistura, “o governo federal penaliza o setor, gera desemprego em toda a cadeia de agronegócio, promove desinvestimento, aumenta a poluição, a inflação, prejudica a economia e afasta o país dos compromissos de descarbonização sinalizados durante a COP26″, avaliou.
Amaral estima que se o cronograma inicial fosse cumprido – isto é, com a mistura de biodiesel variando de 13% a 14% em 2022 – a produção de biodiesel seria de 8,6 bilhões de litros neste ano. “Com a fixação do B10, a produção deverá ficar na casa dos 6,2 bilhões de litros. Portanto, 2,4 bilhões de litros deixarão de ser produzidos, conferindo uma redução de 28%”, previu.