Mato Grosso registrou o maior Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) do País, conforme dados divulgados pelo IBGE, em março. Isso que dizer que o Estado anotou a maior variação inflacionária do setor, com alta de 4,14% na passagem de fevereiro para março.
Conforme o levantamento o Estado foi a unidade da federação com a maior alta no recorte estadual, 4,14%, seguido por Minas Gerais, com 3,84%. Considerando a inflação acumulada neste primeiro trimestre, Mato Grosso registra a maior alta do Centro-Oeste, com 5,2% de janeiro a março. Com a majoração – tanto sobre custos dos insumos como de pessoal – o preço médio do metro quadrado no Estado bateu recorde, chegando a R$ 1.545,52, o segundo mais alto valor da região, atrás apenas do Distrito Federal com R$ 1.613,27.
“Os dois maiores aumentos entre os estados foram decorrentes, justamente, das altas nas categorias profissionais”, explica Augusto Oliveira, gerente do Sinapi.
Ainda considerando a evolução mato-grossense, chamam à atenção as variações sobre os custos dos insumos e da mão-de-obra, com ambas apontando recordes históricos. Conforme o Sinapi, dos mais R$ 1,54 mil, R$ 940,10 correspondem à parcela de materiais e R$ 605,42 à de mão-de-obra.
Em termos regionais, a maior alta foi no Cento-Oeste (1,69%), com alta observada na parcela dos materiais em todos os estados, e reajustes captados no Mato Grosso e Goiás. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,96% (Norte), 0,82% (Nordeste), 1,14% (Sudeste), e 0,40% (Sul).
Em termos de custos regionais (por metro quadrado), o Sul ficou em primeiro (R$ 1.614,83), seguido pelo Sudeste (R$ 1.606,30), Norte (R$ 1.551,07), Centro-Oeste (R$ 1.548,88) e Nordeste (R$ 1.453,09).
Leia também: Inflação da construção de civil em MT é a menor do Centro-Oeste
No País houve aumento de 0,43 ponto percentual em relação a fevereiro. O acumulado do primeiro trimestre de 2022 ficou em 2,29% e nos últimos 12 meses, a alta foi de 15,75%, resultado abaixo dos 16,28% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. Em março do ano passado, o índice foi 1,45%.
O custo nacional da construção, por metro quadrado, foi de R$ 1.549,07 em março, sendo R$ 927,28 relativos aos materiais e R$ 621,79 à mão de obra. Em fevereiro, havia fechado em R$ 1.533,96.
“Um dos destaques nesse mês é a variação da parcela dos materiais, que vem apresentando desaceleração ao longo de 2022 e registra a menor variação desde julho de 2020”, comenta.
Em março, a parcela dos materiais apresentou variação de 0,48%, uma queda de 0,29 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mês anterior (0,77%). “Este é o menor índice observado desde julho de 2020. Na comparação com março de 2021 (2,20%), houve uma queda expressiva de 1,72 pontos percentuais”, complementa o gerente.
Por outro lado, o que puxou a alta do índice em março foi a parcela da mão-de-obra. Com aumento de 1,75%, o índice ficou 1,52 p.p acima de fevereiro (0,23%) e 1,28 p.p. acima de março de 2021 (0,47%). “Esse aumento é decorrente de reajustes captados em uma parcela das categorias e dos acordos coletivos que estão sendo praticados”, explica Augusto.
Leia mais: MT abre ano com metro quadrado mais barato da região Centro-Oeste