A redução sobre os preços do litro da gasolina e do diesel está chegando às bombas dos postos de Cuiabá e Várzea Grande. Em geral, a queda rebaixou os valores para menos de R$ 5. A reboque dos anúncios da Petrobras – feito no último dia 15 – o litro do etanol hidratado também apresenta retração na comparação com duas semanas atrás. O biocombustível, por exemplo, pode ser encontrado a R$ 3,39.
Monitoramento semanal realizado pelo MT Econômico mostra que o menor valor à gasolina foi encontrado em um posto na Avenida Vereador Abelardo, em Várzea Grande, e que exibe os menores valores para o litro do etanol e da gasolina entre as revendas visitadas: a R$ 4,87 e R$ R$ 3,39. A maior parte dos estabelecimentos revende o biocombustível a R$ 3,43 a R$ 3,47 e a gasolina na faixa de R$ 4,99, mesma média apurada ao diesel.
Apesar dos novos valores, desta vez com reajustes negativos, alguns consumidores ainda reclamam que a baixa não chegou ao limite previsto pela Petrobras, que era de queda de R$ 0,44 ao diesel e de R$ 0,40 para gasolina. A observação é do comerciário Eudes de Moura. Segundo ele, a gasolina estava cotada a R$ 5,15 no posto que sempre abastece e desde o final da semana passada recuou para R$ 4,99. “Não sei sobre o diesel porque não o utilizo, mas a gasolina aqui onde sou cliente recuou apenas R$ 0,16. Acredito que haja ‘gordura’ para queimar e espero que ainda nesta semana haja nova revisão aos valores”.
Antes da redução imposta pela Estatal, por exemplo, o monitoramento do MT Econômico mostrava valores de bomba à gasolina entre R$ 5,15 a R$ 5,23. Já ao diesel, havia posto cobrando R$ 5,99, como também R$ 5,09 e R$ 5,17. Esses valores mostram que mesmo com a baixa, os preços ainda não deflacionaram na mesma proporção em que foram revisados às distribuidoras.
Na semana passada, Nelson Soares, diretor-executivo do Sindipetróleo – Sindicato que representa os postos de combustíveis em Mato Grosso – havia dito que as reduções chegariam às bombas de forma gradual, na medida em que as revendas fossem renovando seus estoques, e repassada proporcionalmente aos percentuais recebidos. “Na medida em que as distribuidoras repassarem a redução e os postos renovarem os seus estoques, o consumidor irá sentir o preço diminuir”.
Mas as reduções que já chegaram à bomba não refletem apenas os anúncios da Petrobras, como também, a ofensiva que vem sendo feita pelos Procons que estão a campo, desde a semana passada, fiscalizando a nova realidade de preços dos combustíveis.
Fora a determinação feita pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), na semana passada, recomendando ações juntos aos órgãos de defesa do consumidor, a Secretaria lançou, ontem (24), um mutirão para monitorar postos de combustíveis que não reduziram os preços médios de revenda de gasolina e diesel, após a queda de preços promovida pela Estatal.
No dia 16 de maio, a Senacon emitiu um ofício aos Procons estaduais e municipais, solicitando esse monitoramento em postos de combustíveis de todo o país. O documento instruía as unidades do Procon a fazerem um levantamento detalhado dos preços.
O Procon Estadual está fiscalizando os preços dos combustíveis em Mato Grosso para garantir que a redução anunciada pela Petrobras chegue ao consumidor, incluindo no rol das fiscalizações o gás de cozinha, insumo também afetado pela nova política de preços da Petrobras.
De acordo com a secretária-adjunta de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor, Gisela Simona, o monitoramento do Procon/MT está sendo realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), por meio da análise dos preços cobrados aos consumidores em documentos fiscais. A medida permite que postos de todo o Estado sejam monitorados.
Para auxiliar e agilizar a fiscalização, o Procon orienta os consumidores a pedirem a nota fiscal sempre que forem abastecer seu veículo ou comprar gás de cozinha.
O ANÚNCIO – Na segunda-feira (15), a diretoria executiva da Petrobras aprovou uma estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina que encerrou a subordinação dos valores ao preço de paridade de importação.
No dia seguinte, a empresa anunciou redução R$ 0,44 por litro do preço médio do diesel para as distribuidoras, que passou de R$ 3,46 para R$ 3,02. A redução do preço médio da gasolina foi de R$ 0,40 por litro, passando de R$ 3,18 para R$ 2,78, valor também pago pelas distribuidoras.
Com a nova política da estatal, as referências de mercado colocam o custo alternativo do cliente como prioridade na precificação e considera o valor marginal para a Petrobras, tendo por base custos e oportunidades observadas em diversas etapas da atividade, entre elas, produção, importação e exportação de produtos.
As premissas, segundo nota divulgada pela empresa, são preços competitivos por polo de venda, participação “ótima” da Petrobras no mercado, otimização dos seus ativos de refino e rentabilidade de maneira sustentável.