Os interessados em financiar imóveis de até 400 mil reais pela linha Pró-Cotista FGTS e estiverem enquadrados no programa Minha Casa Minha Vida, podem procurar a Caixa Econômica Federal (CEF).
A Pró-Cotista voltou a ser operada pelo banco logo após o anúncio de que o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) faria um aporte de 9,5 bilhões de reais para a linha de financiamento imobiliário este ano. A medida foi anunciada no dia 26 de fevereiro.
A Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) informou ao site Mato Grosso Econômico que a Caixa havia suspendido os financiamentos da linha desde o final de janeiro por falta de recursos.
A ABMH recebeu reclamações de mutuários que tiveram o financiamento pela Pró-Cotista aprovado pela Caixa, mas não foram chamados para assinar o contrato. Segundo a Caixa, mutuários que já tiveram o crédito aprovado na linha terão prioridade na contratação do crédito agora.
A Pró-Cotista é uma oportunidade para famílias de classe média que não se enquadram nos limites de financiamento da habitação popular adquirirem imóveis novos e usados em um momento no qual o crédito está mais caro e escasso.
No ano passado, o orçamento da Pró-Cotista atingiu 6 bilhões de reais. Este ano, os recursos para a linha devem chegar a 9,5 bilhões de reais. O aumento dos valores se deve à análise de que a procura poderia ser maior do que o valor do orçamento, de acordo com o secretário-executivo do Conselho Curador do FGTS, Quênio Cerqueira, durante o anúncio do novo aporte.
Enquanto a Caixa afirma que continua a financiar unidades de até 400 mil reais (o limite foi anunciado no ano passado), o Banco do Brasil aponta que, desde o dia 5 de janeiro deste ano, recebeu sinal verde do Conselho Curador do FGTS para que voltasse a financiar imóveis de até 750 mil reais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, e 650 mil reais para os demais Estados, limites vigentes antes da modificação anunciada no ano passado.
Condições
A linha Pró-Cotista FGTS cobra taxas de juros menores por conta de um subsídio oferecido aos trabalhadores que têm recursos aplicados no FGTS, que geralmente são empregados formais, com carteira assinada e que realizam obrigatoriamente contribuições mensais ao fundo, equivalentes a 8% do valor do salário.
Também realizam contribuições ao FGTS os trabalhadores rurais, temporários e atletas profissionais. Para empregados domésticos, a contribuição ao FGTS é opcional.
A linha que utiliza recursos do FGTS é oferecida apenas pelo Banco do Brasil e pela Caixa. A taxa de juros aplicada a tomadores que não têm relacionamento com o banco, a chamada taxa balcão, é de 8,85% ao ano na Caixa e de 9% ao ano no Banco do Brasil. Caso o comprador tenha relacionamento com a Caixa, os juros cobrados na Pró-Cotista podem ser ainda menores e chegar a 7,85% ao ano.
Em outros tipos de financiamentos, a taxa cobrada para quem não tem relacionamento com o banco sobe para 9,90% ao ano na Caixa e 11,29% ao ano no BB. Ambos os bancos reajustaram as taxas de juros de financiamentos ao longo do ano passado, enquanto os juros cobrados na Pró-Cotista permaneceram inalterados.