O Banco Central vai pausar seu ciclo de aperto monetário quando estiver certo de que a inflação está desacelerando em direção à meta. Essa é a visão de Nilton David, diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil.
“Não fizemos uma pausa na alta de juros, foi uma interrupção. O nível de incerteza não só não arrefeceu, como aumentou e isso significa que a posição de menor risco que o BC pode ter é um nível de juros restritivo o bastante para continuar a toada. Agora, é ‘cautela, cautela, cautela'”, afirmou o diretor.
De acordo com o economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, o diretor reforçou a perspectiva exposta na ata e a convicção do Banco Central na transmissão da política monetária. “Concordamos com a visão de gradual desaceleração da economia e convergência da inflação, o que eventualmente permitirá o início do ciclo de cortes no ano que vem”, avalia Sichel.
Sobre taxas de juros no Brasil e no exterior, Bruno Serra, gestor de fundos da Itaú Asset e ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, elogiou o comprometimento da autoridade monetária em trazer à inflação à meta. “De dezembro para cá, quem mais acertou as projeções de inflação foi o BC, não o mercado”.
Para o head de renda fixa da Porto Asset, Gustavo Okuyama, a expectativa é de queda de 350 bps – 350 pontos base (bps) significa uma redução de 3,5% – a partir de março de 2026. “Caso haja algum tipo de apaziguamento do risco externo, o Banco Central poderia se ver em uma situação na qual o mercado irá sugerir o momento de reduzir os juros“, disse, explicando que isso provavelmente ocorreria no fim do ano.
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