O Brasil avançou quatro posições e alcançou o 53º lugar no Ranking Mundial de Competitividade Digital 2025, divulgado pelo IMD World Competitiveness Center (WCC) em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). O estudo avalia a capacidade de 69 economias para incorporar tecnologias digitais e transformá-las em inovação, eficiência e desenvolvimento.
O país apresentou melhora nos três fatores analisados: tecnologia (58º), conhecimento (56º) e prontidão para o futuro (50º), este último com o maior progresso, subindo três posições em relação ao ano anterior. O resultado sinaliza uma recuperação gradual da competitividade digital brasileira, impulsionada por avanços em inovação, digitalização e adaptação às transformações tecnológicas globais.
A metodologia do IMD combina dados estatísticos de fontes internacionais e percepções de executivos sobre 61 indicadores, cobrindo aspectos de conhecimento, infraestrutura tecnológica e capacidade de adaptação. A edição de 2025 incorporou três novas economias: Quênia, Omã e Namíbia.
Suíça, Estados Unidos e Singapura ocupam as três primeiras posições do ranking global, refletindo políticas de longo prazo voltadas à inovação, educação e desenvolvimento de competências digitais.
DESTAQUES BRASILEIROS – O Brasil se destacou em produtividade de publicações por pesquisas (9º lugar), investimentos privados em inteligência artificial (16º), número de robôs em educação e P&D (17º), uso de serviços públicos online (19º) e uso de smartphones (19º).
“Esses resultados reforçam o fortalecimento da economia do conhecimento e a aproximação entre universidades, centros de pesquisa e empresas”, afirma Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais da FDC.
Segundo ele, o aumento dos investimentos privados em IA e o avanço da digitalização cotidiana, exemplificado pelo Gov.br, mostram que o país consolida bases estruturais para ampliar sua competitividade.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES – Entre os pontos que ainda limitam o avanço nacional estão a baixa transferência de conhecimento (65º lugar), a escassez de capital de risco (64º) e a atração de talentos estrangeiros (63º). Esses fatores revelam a necessidade de políticas mais robustas de integração entre universidades e empresas, estímulo a investimentos em inovação e maior abertura à mobilidade internacional de profissionais qualificados.
Para Hugo Tadeu, “a jornada brasileira rumo a um futuro digital competitivo depende da preparação da força de trabalho e da consolidação de um ecossistema que fomente ativamente a inovação”. Ele destaca ainda que a modernização regulatória e o fortalecimento da educação digital são pilares essenciais para que o país avance de forma sustentável.


