A edição mais recente da Pesquisa Tracking da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) mostra que o varejo da construção civil na região Centro-Oeste teve melhora no otimismo acima da média nacional, no mês de outubro. A indicação de alta de vendas correntes no mês foi apontada por 29% dos varejistas, enquanto o compilado das regiões registrou 25%.
A percepção positiva deste tipo de varejo em âmbito nacional revela crescimento de 4% em relação a setembro, quando foi registrada por 21% dos participantes, segundo o estudo que é realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE) e o Sebrae.
A pesquisa aponta também uma diminuição na percepção de queda do mercado por parte do segmento. Enquanto em setembro o índice era apontado por 33% das empresas, em outubro foi de 29%.
O levantamento destaca ainda que as perspectivas positivas para os próximos três meses atingem a maioria, 57% dos entrevistados. Apesar de menor no comparativo com o mês anterior, quando atingiu 62%, o índice apresentou crescimento significativo em relação a outubro de 2022, que registrou 37%.
De acordo com Geraldo Defalco, presidente da Anamaco, “o resultado do Termômetro Anamaco do mês de outubro é um indicador de que o varejo de material de construção em 2023 segue recuperando-se aos poucos. Apesar de incertezas no quadro macroeconômico, cenários como a queda dos juros e a menor inflação contribuem para esse avanço”.
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MERCADO MAIS OTIMISTA – Na cadeia produtiva do setor, também há indicativos de melhora. Levantamento recente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) também mostra aumento na percepção positiva de mercado. Divulgado na terça-feira (14), o Termômetro da Indústria de Materiais de Construção referente a outubro revela que 35% dos associados apontaram otimismo para este mês, crescimento na comparação com o anterior, quando 22% dos participantes estavam confiantes, enquanto 61% tem expectativa de regularidade e apenas 4% não acreditam em performance satisfatória. O estudo tem como objetivo destacar perspectivas sobre desempenho, investimentos e utilização da capacidade instalada.
DÉFICT DE MÃO DE OBRA – Levantamento do Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de São Paulo), aponta que o setor tem um déficit de 30 mil postos de trabalho para atender ao mercado imobiliário.
Em 2010, a construção civil tinha 3,2 milhões de empregados diretos no país e mais de 10 milhões em toda a cadeia. Hoje, no entanto, conta com 2,7 milhões de trabalhadores em um momento de alta demanda imobiliária.
Mestres de obra, pedreiros, eletricistas, carpinteiros e até engenheiros estão próximos da escassez. Além disso, a construção não está atraindo novos talentos na proporção que a demanda exige. Entre os motivos estão a baixa remuneração e o dia a dia nos canteiros de obra: trabalho sob sol, chuva, poeira e com máquinas pesadas.