O valor da cesta básica nos seis primeiros meses do ano, registrou alta em todas as cidades do Brasil. De acordo com o Dieese, os percentuais variam entre 4,29%, em Vitória, e 10,62%, em Fortaleza. Quando comparado ao mês de junho de 2023, o custo da cesta básica teve elevação em 13 cidades, com destaque para as variações no Rio de Janeiro (9,90%), em Curitiba (7,66%), Brasília (7,51%) e Belo Horizonte (6,94%).
Esse percentual de junho foi puxado pelos preços de produtos como a batata inglesa, que teve aumento de 9% em comparação com o mês anterior. A Aprix, empresa que atua fornecendo tecnologias para gerenciamento eficiente de preços junto a grandes indústrias de consumo, fez o levantamento nos 26 estados e no Distrito Federal e revelou que a maior alta na cesta básica foi no Sudeste, com aumento de 1,7%, passando de R$ 125,30 em maio para R$ 127,44 em junho. Já a maior redução foi no Sul, com queda de 2,27%, passando de R$ 129,05 em maio para R$ 126,13 em junho.
De acordo com dados da pesquisa realizada pela Aprix, o preço da cesta básica registrou maior alta na cidade de São Paulo, com uma alta de 4,8%, ao comparar a média da cesta básica do mês de maio com junho, passando de R$ 124,64 para R$ 130,62. O preço que teve maior queda foi em Florianópolis, com uma variação de -7,3%, passando de R$ 135,22 para R$ 125,36. No entanto, o valor nacional da cesta básica no mês de junho foi de R$ 126,84 , o que representa uma queda de 0,9% em relação ao mês de maio.
“Identificamos que o valor da cesta básica vem aumentando consistentemente ao longo dos últimos seis meses, inclusive, com elevação de preços que chegam a quase 10%, como é o caso da cesta básica de Fortaleza. A tendência é que esses preços continuem subindo pelo menos nos próximos três meses, principalmente por conta de fatores como a alta do dólar, que influencia bastante em produtos como leite e pão, que são essenciais. Outro ponto de atenção é em relação à alta do combustível que tem influência direta em toda a cadeia alimentar do país”, destaca Guilherme Zuanazzi, CEO da APRIX, sobre os resultados dos seis primeiros meses da cesta básica nacional.
Em Cuiabá, conforme monitoramento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o valor da cesta básica aumentou 4,77% na comparação anual. Em junho, o custo médio foi de R$ 790,41 contra R$ 754,60 em junho do ano passado.
RIO GRANDE DO SUL – Já no Rio Grande do Sul, que foi atingido pela tragédia das enchentes nos meses de abril e maio, o valor dos preços dos alimentos que compõem a cesta básica se manteve dentro da média registrada ao longo do último semestre. No estado, de acordo com o levantamento da Aprix, o valor da cesta básica em maio ficou em R$128,03.
A consultora Ana Efigênia de Souza Barros, especialista em Pricing e Revenue Management e parceira da Aprix, comenta sobre a tendência que levou os preços dos produtos da cesta básica nacional a se manterem sem grandes alterações nos valores. “A média estável no comportamento dos preços desses produtos no Rio Grande do Sul pode ter ocorrido em função de alguns fatores, entre eles: o suporte que o estado tem tido por toda mobilização nacional de ajuda em vários aspectos (alimentares, financeiros); estoques de produtos referentes a cesta básica sem preocupação; aferição de prejuízos com colheita e efeitos logísticos ainda não corretamente aferidos para passagem em preços do curto prazo; e a ajuda do governo federal”, explica a especialista.
No entanto, a especialista alerta que os impactos ainda poderão ser sentidos nos próximos meses, por isso, é importante um monitoramento constante para que sejam realizadas avaliações posteriores, assim como também o acompanhamento de outros índices econômicos que podem impactar no valor da cesta básica no Rio Grande do Sul.