A cesta básica de Cuiabá atingiu preço médio de R$ 688,55 em junho. Na comparação anual, com o mesmo mês do ano passado, há incremento de 13,71% sobre a média de R$ 605,28 contabilizada em igual momento do ano passado. O valor médio desse primeiro semestre traz a cesta cuiabana aos mesmos patamares de abril (R$ 688,15), conforme levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Mesmo que na evolução mensal – ante maio/22 R$ 693,81 – haja retração de 0,76%, o valor despedido pelo cuiabano para aquisição de alimentos básicos ainda representa mais da metade do salário mínimo líquido – descontado 7,5% da Previdência Social – que fica em R$ 1.121. Frente a esse valor, a cesta básica representa, na Capital, quase 62% do piso nacional.
Com mais essa alta, o conjunto de alimentos de Cuiabá exibe o 8º maior valor entre as capitais brasileiras analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Estão a frente de Cuiabá, São Paulo R$ 777,01, Florianópolis R$ 760, Porto Alegre R$ 754,19, Rio de Janeiro R$ 733,14, Campo Grande R$ 702,65, Curitiba R$ 701,26, Brasília R$ 698,36 e Vitória R$ 692,84.
Desde janeiro de 2016, o Diesse suspendeu a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos na capital mato-grossense, avaliação mensal que vem sendo realizada pelo Imea, que adota a mesma metodologia do Departamento e por isso é possível inserir Cuiabá no contexto nacional. No entanto, o Imea alterou a forma de divulgação dos preços da cesta básica há um ano e por isso não é possível saber quais alimentos contribuíram para o avanço anual do preço.
Leia também: Mesmo em patamar recorde de preços, cesta básica encerra junho com recuo semanal
O conjunto de alimentos é formado por 13 itens básicos que são suficientes para alimentação de quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, por 30 dias.
DIESSE – Em junho, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em nove das 17 capitais onde o realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre maio e junho, as maiores altas ocorreram no Nordeste, nas cidades de Fortaleza (4,54%), Natal (4,33%) e João Pessoa (3,36%). Oito cidades apresentaram reduções, sendo que as mais expressivas foram registradas no Sul: Porto Alegre (-1,90%), Curitiba (-1,74%) e Florianópolis (-1,51%). São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 777,01), seguida por Florianópolis (R$ 760,41), Porto Alegre (R$ 754,19) e Rio de Janeiro (R$ 733,14).
Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 549,91), Salvador (R$ 580,82) e João Pessoa (R$ 586,73).
A comparação do valor da cesta entre junho de 2022 e junho de 2021 mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, em Recife.
No ano de 2022, o custo da cesta básica apresentou alta em todas as cidades, com destaque para as variações de Natal (15,53%), Aracaju (15,03%), Recife (15,02%) e João Pessoa (14,86%).
Com base na cesta mais cara, que, em junho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em junho de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em maio, o valor necessário era de R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o piso mínimo. Em junho de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.421,84, ou 4,93 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.
Leia mais: Cesta básica em Cuiabá volta a custar menos de R$ 700