Estudo do Desempenho Econômico da Indústria da Construção do segundo trimestre de 2021, divulgado nesta semana, apontou que o setor da construção começou 2021 com expectativa de crescer 4% no ano, melhor resultado desde 2013 (4,5%). Porém, com os desafios impostos pela pandemia da covid-19 e alta do preço dos materiais, o setor ainda enfrenta desafios.
O presidente da Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC), José Carlos Martins, comparou o funcionamento do setor da construção civil “como se fosse uma Ferrari com o frio de mão puxado”.
Apesar dos bons resultados e perspectivas de crescimento, com expectativa de bater o resultado de 4,5% de 2013, ainda existe muitas incertezas e “medo dos empresários de continuar contratando”. A alta dos insumos e a política de liberar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) atrapalhou os negócios.
“Agora, apesar da capacidade de produção limitada, principalmente em função do desabastecimento e do aumento do preço do aço, a expectativa da CBIC para o PIB do setor voltou a subir para 4%, o que seria seu maior crescimento desde 2013”, informa o estudo.
Os dados demonstram ainda que, em junho, o nível de atividade do setor chegou a 51 pontos, o melhor desempenho desde setembro do ano passado, superando também junho de 2011, quando o indicador alcançou 51,7 pontos.
A falta ou o alto custo de matéria-prima continua sendo o principal problema enfrentado pelos empresários da construção pelo quarto trimestre consecutivo, para 55,5% dos pesquisados.
Fatores positivos
O incremento do financiamento imobiliário, as taxas de juros ainda em baixo patamar, a melhora do ambiente econômico, a demanda consistente, mesmo diante da pandemia, e a continuidade de pequenas obras e reformas são algumas das razões que ajudam a justificar a projeção atual.
As expectativas dos empresários do setor permanecem positivas em julho, ainda que menos intensas do que mês passado. Considerando a melhora nas atividades no final do segundo trimestre e a manutenção do nível de atividade atual, a expectativa é de que o PIB do setor poderá registrar alta de 4% em 2021.
O MT Econômico entrou em contato com o Sinduscon-MT, mas não foi informada a projeção de crescimento para Mato Grosso. O Estado deve acompanhar a tendência nacional e crescer também em 2021.
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