Já está em vigor o novo anúncio de alta sobre a gasolina e diesel feito ontem, pela Petrobras. A gasolina A – produzida pelas refinarias de petróleo e entregue diretamente às distribuidoras – terá o preço médio aumentado em R$ 0,41 por litro e passará a ser vendida às distribuidoras por R$ 2,93. O aumento é de cerca de 16%. Para o diesel, a Petrobras aumentará o preço médio de venda para as distribuidoras em R$ 0,78, chegando a R$ 3,80 por litro. O reajuste representa 26%.
Na prática, em postos revendedores de Cuiabá e Várzea Grande, a expectativa é que os preços de bomba se aproximem de R$ 6, para o litro da gasolina, bem como do diesel. Levantamento semanal do MT Econômico mostra que na bomba os preços para a gasolina variam de cerca de R$ 5,17 a R$ 5,49. Considerando o maior valor encontrado, pode-se esperar um preço reajustado de cerca de R$ 5,90, caso o repasse seja integral.
No caso do diesel, o litro também próximo dos R$ 5, deve avançar para perto dos R$ 6. Pesquisas recentes mostram que Mato Grosso segue registrando os maiores preços médios para o litro do diesel comum e do diesel S-10, respectivamente. Conforme dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL) os preços médios no Estado, na primeira quinzena deste mês, são de R$ 5.280 ao litro do comum e de R$ 5.400 ao S-10.
O diretor-executivo Sindipetróleo/MT, Nelson Soares Júnior, explica que o Brasil já estava começando a ter problemas de abastecimento, uma vez que o produto aqui dentro estava muito mais barato do que o importado. “Ainda que esses novos reajustes não corrijam na totalidade essa diferença, o aumento anunciado pela Petrobras de R$ 0,41 centavos à gasolina e de R$ 0,78 no diesel, vai servir para que a gente reequilibre novamente os estoques e afaste a possibilidade de um desabastecimento”. Na prática, o efeito da alta nas bombas ainda não pode ser calculado, será dia a após dia, conforme pontua Soares. “Com certeza nós teríamos aí o repasse disso para às bombas, mas ainda não é possível calcular qual que vai ser esse efeito, uma vez que algumas distribuidoras já vinham aumentando seus preços antes desse anúncio. Então, temos de aguardar o dia de hoje, quando a medida começa a valer, para saber exatamente como é que o mercado vai responder”.
Conforme a Estatal, considerando a “mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba”. Apesar desse reajuste, no ano o preço da gasolina vendida às distribuidoras acumula redução de R$ 0,15 por litro.
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Levando em consideração a mistura obrigatória de 88% de diesel A – produzido nas refinarias – e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro. No ano, o preço de venda de diesel da Petrobras para as distribuidoras acumula redução de R$ 0,69 por litro.
A parcela da Petrobras no preço do combustível não é o valor final que o consumidor encontra nas bombas porque ainda entram no cálculo impostos e margens de lucro da distribuição e dos postos.
NOVA POLÍTICA DE PREÇOS – A Petrobras esclareceu que a nova política de preços da empresa “incorpora parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação”.
Segundo a empresa, “em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigasse os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes”.
A companhia ressalta que, “no entanto, a consolidação dos preços de petróleo em outro patamar, e estando a Petrobras no limite da sua otimização operacional, incluindo a realização de importações complementares, torna necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis, dentro dos parâmetros da estratégia comercial, visando reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a Petrobras”.
Na avaliação da companhia, a nova política de preços evita repassar aos consumidores a volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao mesmo tempo em que preserva um “ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.