Com o o incremento no transporte de cargas será possível reduzir o custo de escoamento da produção pelos portos do Norte e Nordeste, conforme estimativa do consultor da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet.
A economia varia de US$ 47 e US$ 60 por tonelada de grão, dependendo da região produtora. O barateamento do frete é possível por causa do encurtamento do deslocamento terrestre da porteira até o porto, que pode ser reduzido de 500 a 1 mil quilômetros. Fayet cita diagnóstico elaborado pelo Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) que evidenciou os prejuízos com o custo elevado do transporte.
Ao considerar a produção de 28 milhões de toneladas de soja em 2014 e exportação pelos portos de Santos (São Paulo) e Paranaguá (Paraná) ao custo de US$ 126 por tonelada, enquanto a saída por Miritituba (Pará) custa US$ 80/t, os produtores perdem cerca de US$ 1,2 bilhão por ano. “São quase R$ 5 bilhões”. O Plano de Investimento em Logística (PIL), relançado pelo governo federal em junho de 2015, estimava aporte de R$ 5,4 bilhões.
Ao comentar a execução dos projetos incluídos no PIL, o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira destacou a realização de audiências públicas para concessão de trecho da BR 163, interligando Sinop a Miritituba (Pará), o estudo para licitação do trecho de Rondonópolis a Goiânia (Goiás) e também de Comodoro a Porto Velho (Rondô- nia). “O que vemos em relação ao PIL é que houve mais avanços nas melhorias de portos e aeroportos e, na questão rodoviária, os principais trechos já foram concedidos, isso gera um pouco de dificuldade para o governo”. Quanto às ferrovias, ele enfatiza a importância para Mato Grosso de duas, a Ferrogrãos – que interliga Lucas do Rio Verde a Miritituba (Pará) – e a Transcontinental/Transoceânica, que alcança o Peru.