A Associação Comercial e Empresarial de Cuiabá (ACCuiabá) sediou, no final da semana passada, uma reunião com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá, José Afonso Portocarrero, para discutir ações conjuntas de revitalização do Centro Histórico. O encontro reuniu empresários, representantes de entidades e órgãos públicos com o objetivo de alinhar propostas e construir um planejamento anual voltado à preservação e reocupação da área central.
O presidente da ACCuiabá, Jonas Alves, afirmou que a iniciativa é um passo importante para organizar e dar continuidade às discussões sobre o tema, com a participação efetiva do comércio e das instituições locais. Segundo ele, o Centro Histórico precisa ser tratado como uma prioridade permanente na pauta urbana de Cuiabá.
“A reunião foi muito produtiva e mostrou a preocupação de todos com a restauração e a melhoria do Centro Histórico. A Prefeitura deve assumir a liderança desse processo, com base em todos os projetos que já existem, para que as ações saiam do papel. É importante que o centro volte a ser referência no turismo e no comércio da cidade”, disse Jonas.
O secretário José Afonso Portocarrero explicou que a Prefeitura criou no mês de outubro a Diretoria do Centro Histórico, vinculada à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, com a missão de consolidar estudos, integrar Secretarias e dar continuidade ao planejamento da região. Ele destacou que o foco, neste momento, é ouvir o setor produtivo e reunir informações para definir as próximas etapas.
“Essa primeira reunião é para escutar. Estamos levantando tudo o que já se produziu sobre o Centro Histórico nas últimas décadas para formar um acervo e, a partir disso, elaborar um plano de ação estruturado. O diálogo com o comércio e com as entidades é essencial para que o centro volte a ter vitalidade”, afirmou Portocarrero.
Ele ressaltou que o projeto busca recolocar o Centro Histórico no cotidiano da população, estimulando a presença de moradores, o turismo e a convivência urbana. “O centro precisa voltar a ter vida. A cidade só se reconhece quando cuida de onde nasceu, e o envolvimento do comércio é fundamental para isso”, completou.
O empresário Ozair Bezerra, que mantém loja há 46 anos na região central, avaliou que a reunião representa uma oportunidade para transformar antigas intenções em ações concretas. “Essa conversa reacende a esperança de quem trabalha aqui há muitos anos. O Centro Histórico tem potencial e precisa voltar a ser valorizado”, afirmou.
Representando o Instituto Teotônio Vilela, Carlos Antônio Garcia elogiou a iniciativa e defendeu a criação de uma política pública permanente. Para ele, o envolvimento das entidades empresariais é essencial para o sucesso do processo. “Já se discutiu muito o futuro do Centro Histórico, mas é preciso liderança e continuidade. Os lojistas e os moradores conhecem de perto os desafios e precisam ser ouvidos. Com articulação entre Prefeitura e entidades, é possível recuperar e ocupar o centro de forma sustentável”.
A representante do Iphan, Ana Joaquina, destacou que o órgão tem acompanhado as condições dos imóveis históricos e está colaborando com a Prefeitura na atualização da legislação e no planejamento de ações preventivas. “Desde 2019, acompanhamos de perto o Centro Histórico. Estamos iniciando vistorias com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros para identificar riscos e evitar danos durante o período de chuvas. Também é necessário revisar a normativa municipal, que é de 1992, para adequá-la à realidade atual”, explicou.
Ao final do encontro, a Prefeitura anunciou que apresentará em dezembro um plano de ação com medidas para preservação, incentivo à ocupação de imóveis e integração entre órgãos públicos e o setor empresarial.
