As vendas do comércio mato-grossense fecharam o acumulado de janeiro a agosto com alta de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. Depois de dois meses com saldo sequencial negativo, o setor não apenas tem resultado positivo, como também superou a média nacional que no mesmo intervalo ficou em 1,6%.
Conforme os números do IBGE, o comércio estadual fechou julho e agosto em retração de 1% e 0,6%, respectivamente. Ainda em relação ao acumulado, o crescimento de Mato Grosso é o segundo maior do período, atrás apenas do Distrito Federal com avanço anual de 4,1%.
No Brasil, os saldo do comércio variou 0,2% em agosto, na comparação com julho, interrompendo sequência de quatro resultados negativos, conforme a PMC do IBGE. Em relação a agosto de 2024, o resultado positivo (0,4%) é o quinto consecutivo. No ano, o varejo acumulou crescimento de 1,6%. O acumulado em 12 meses foi de 2,2%, a menor taxa de crescimento desde janeiro de 2024, apesar de ser o 35º resultado positivo do varejo nesta comparação: o último mês a registrar um resultado negativo foi setembro de 2022 (-0,7%).
No comércio varejista ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças, Material de construção e Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas cresceu 0,9% em agosto na comparação com julho. Frente a agosto de 2024, houve queda de 2,1%, completando três meses de perdas. No ano e em 12 meses, o varejo ampliado acumula -0,4% e 0,7%, respectivamente.
O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, explica que o comércio apresenta cenário de sustentação de uma base ainda alta, já que março é o pico da série com ajuste sazonal. “Temos que lembrar que são cinco meses consecutivos com variações muito baixas, muito próximas de zero, tanto pra cima quanto pra baixo. O que muda é que a sequência de quatro variações pequenas, mas com viés de baixa, já estava fazendo uma diferença para o pico da série de março, em termos de patamar. Assim, com a entrada de agosto, observamos que essa diferença para de aumentar”, comenta.
A pesquisa mostra que houve taxas positivas na passagem de julho para agosto em cinco dos oito setores. Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,9%), Tecidos, vestuário e calçados (1,0%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,7%) foram os três setores responsáveis pela taxa positiva de agosto. As duas outras taxas positivas foram em Móveis e eletrodomésticos (0,4%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,4%).
“Os produtos de informática tiveram forte influência do dólar, em franca desvalorização em agosto”, explica Cristiano. Já o setor de Tecidos, vestuário e calçados tem recuperação em agosto, após queda em julho, principalmente por conta de vestuário, mas com ganhos também em calçados. O setor de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria cresce pelo segundo mês consecutivo, com maior influência do subsetor de produtos de higiene pessoal e cosméticos.
Já as taxas negativas ficaram por conta de Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,1%), Combustíveis e lubrificantes (-0,6%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%).
No comércio varejista ampliado, Veículos e motos, partes e peças teve alta de 2,3% enquanto Material de construção variou 0,1%. Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo não possui divulgação nessa comparação por não apresentar número suficiente de meses para ser submetida à modelagem de ajuste sazonal.
POSITIVO EM 16 DAS 27 UNIDADES DA FEDERAÇÃO – Na passagem de julho para agosto de 2025, na série com ajuste sazonal, o varejo teve resultados positivos em 16 das 27 unidades da federação, com destaque para Rio Grande do Norte (2,6%), Maranhão (2,5%) e Paraíba (1,9%). Pelo lado negativo, figuram 11 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Amapá (-4,3%), Rondônia (-1,5%) e Espírito Santo (-1,2%).
O Rio Grande do Norte apresentou a oitava taxa positiva consecutiva, sendo a mais intensa entre estas. Cristiano comenta que o destaque vai para o setor de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. “Uma das grandes contribuições neste caso vem da expansão do número de estabelecimentos, com aumento equivalente da receita sendo observado a partir de agosto”.
Já o Maranhão registra a terceira alta consecutiva, após 0,5% em junho e 0,1% em julho, por conta das promoções em Hiper e supermercados.
No comércio varejista ampliado, a variação entre julho e agosto de 2025 teve resultados positivos em 13 das 27 unidades da federação, com destaque para: Goiás (4,8%), Maranhão (2,3%) e Rio Grande do Norte (2,2%). Pelo lado negativo, estão 13 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Amapá (-4,8%), Rondônia (-2,9%) e Amazonas (-2,5%).
Goiás (4,8%) apresentou a terceira alta consecutiva, após 0,5% em junho e 1,4% em julho. A principal contribuição positiva foi o setor de Veículos, motocicletas, partes e peças. Já o Maranhão (2,3%), segundo Cristiano, mesmo considerando o varejo ampliado, o principal efeito vem do setor de Hiper e supermercados, tanto pelo peso quanto pelo crescimento em si. O setor de Veículos, motocicletas, partes e peças também teve participação positiva no resultado.
Frente a agosto de 2024, o comércio varejista apresentou resultados positivos em 16 das 27 unidades da federação, com destaque para: Rio Grande do Norte (7,3%), Maranhão (4,3%) e Paraíba (4,0%). Do lado negativo constam 11 taxas, com destaque para Tocantins (-9,2%), Piauí (-4,2%) e Roraima (-2,1%).
No varejo ampliado, a variação no volume de vendas foi de -2,1% com resultados negativos em 16 das 27 unidades da federação, com destaque para: Piauí (-5,3%), São Paulo (-4,3%) e Minas Gerais (-3,8%). Do lado positivo são 11 resultados regionais, com destaque para Mato Grosso (6,1%), Acre (3,2%) e Maranhão (2,9%).
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