O carnaval de 2021 foi suspenso no país para conter a proliferação do coronavírus. Isso gerou uma oportunidade para aquecer outros setores do comércio, ao invés de apenas o entretenimento festivo.
Segundo o banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), as consultas realizadas para aprovar vendas a prazo durante o período do Carnaval, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 2021, tiveram aumento de 50,1% com relação aos dias de comemorações do carnaval ocorridas entre os dias 22 e 26 de fevereiro de 2020.
Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá), a abertura do comércio foi positiva diante do cenário em que estamos vivendo.
O superintendente da entidade Fábio Granja explicou o movimento positivo do comércio. “O mês de fevereiro já é um mês com menos dias úteis trabalhados que impacta na redução dos negócios. Com a abertura do comércio na capital aumentou o fluxo de atendimento nas lojas e no setor de crediários”.
A expectativa é que haja uma aumento de 5,5% nas vendas do comércio de Cuiabá em relação ao ano anterior, segundo a CDL Cuiabá.
Algo para se refletir
Vale ressaltar que ano passado, o coronavírus praticamente se intensificou nessa época do carnaval, onde todas as festas foram liberadas, tanto é que as autoridades nacionais, logo após o festejo, anunciaram a situação crítica do vírus no país. O próprio mercado financeiro amanheceu a quarta-feira de cinzas de 2020 mais da cor vermelha do que cinza, com queda brusca no índice Bovespa, ocasionando diversos circuit breakers, que são paralisações da bolsa de valores quando ocorre queda acentuada num único dia.
As medidas de restrição de circulação foram tomadas logo em seguida pelas autoridades nos dias posteriores ao carnaval do ano passado e percorreram durante os meses seguintes.
Uma pergunta que fica no ar, segundo opinião do MT Econômico é: será que o governo federal e órgãos de saúde foram omissos em deixar rolar a festa em 2020 imaginando que o coronavírus seria uma simples gripe ou não quiseram perder a arrecadação da economia com uma das festas mais rentáveis para os cofres públicos, onde movimenta bilhões por meio de impostos gerados com inúmeros segmentos relacionados, principalmente as bebidas, que tem grande relevância na contribuição tributária ao poder público?
Pelo menos R$ 8 bilhões deixaram de circular na economia com o cancelamento das festas de Carnaval em 2021. Essa foi a estimativa feita pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) em relação ao evento realizado em 2020.
De qualquer forma, se houvesse o carnaval esse ano a perda poderia ser muito maior economicamente no decorrer do ano e em relação às vidas, com o possível agravamento de uma segunda onda da covid 19. Parece que as autoridades estão mais lúcidas e prudentes em 2021 do que 2020, na avaliação do MT Econômico.