A alta do dólar pode ser vista por muitos como um momento de incerteza, mas para empreendedores atentos, representa uma janela de oportunidades estratégicas. Para Leonardo Castelo, CEO do Ecossistema 300 Franchising, esse cenário pode ser aproveitado de maneira assertiva. “Quando ocorre uma alta expressiva do dólar, o impacto inicial não é apenas aproveitar as oportunidades, mas enxergar possibilidades de expandir negócios para mercados internacionais. A desvalorização do real torna o Brasil atrativo para investimentos, especialmente em negócios com baixos custos operacionais, como empresas de outsourcing, que contratam profissionais externos. Esses negócios, que oferecem serviços com mão de obra mais acessível para países de moeda forte, têm grande potencial de crescimento nesse cenário”, comenta.
Ontem (9), o dólar caiu cerca de R$ 0,15 após o presidente norte-americano, Donald Trump, suspender o tarifaço para todo o planeta, menos para a China. A bolsa de valores subiu mais de 3% e aproximou-se dos 128 mil pontos
O dólar comercial encerrou a quarta-feira (9) vendido a R$ 5,845, com queda de R$ 0,152 (-2,54%). A cotação aproximou-se de R$ 6,10 por volta das 9h45 e estava pouco acima de R$ 6 até pouco antes das 14h30, quando desabou após o recuo de Trump. Na mínima do dia, por volta das 16h20, chegou a R$ 5,83.
Mesmo com a queda, a moeda norte-americana sobe 2,53% em abril. Em 2025, a divisa acumula queda de 5,42%.
A valorização da moeda norte-americana leva empresários a repensarem suas estratégias e considerarem mercados que antes pareciam distantes. Além disso, muitos negócios começam a enxergar o potencial de negociar diretamente com clientes e fornecedores fora do Brasil, transformando desafios cambiais em vantagens estratégicas. “No mercado interno, a alta do dólar também tem seus benefícios. Empresas que dependiam de importações tendem a buscar alternativas nacionais para reduzir custos, criando oportunidades para fornecedores locais. É um momento para fortalecer a economia doméstica e se posicionar como uma solução viável para quem está ajustando suas operações” orienta.
O CEO destaca que setores como exportação, turismo, saúde, estética e educação costumam ser mais resilientes em momentos de alta do dólar. Eles não apenas conseguem absorver os aumentos de custo, mas também capitalizar com as mudanças no mercado, seja atraindo mais clientes estrangeiros ou agregando maior percepção de valor ao público. “No entanto, é essencial evitar erros comuns, e o principal deles é a tomada de decisões precipitadas com base em movimentos de curto prazo. O mercado sempre se ajusta e os empresários devem focar em planos estratégicos para médio e longo prazo, considerando cenários adversos e contingências financeiras”, aconselha.
Apesar dos desafios, a alta do dólar também é um estímulo para a inovação. Assim como outras crises, ela força empresários a repensarem modelos de negócios e adotarem soluções criativas para se adaptarem. “Muitos avanços surgem de momentos caóticos, como aconteceu durante a pandemia. É no caos que as grandes oportunidades aparecem”, ressalta.
Um conselho aos empreendedores iniciantes, é estudar o mercado, planejar com cuidado e não temer a instabilidade econômica. “O Brasil já passou por diversas crises, e todas elas trouxeram oportunidades para quem soube enxergar além do imediatismo”, afirma. Ele também ressalta, a importância de cercar-se de profissionais capacitados e estar preparado para enfrentar diferentes cenários, sem abrir mão dos sonhos e projetos. “A alta do dólar, longe de ser apenas um obstáculo, pode ser um catalisador para o crescimento e inovação. Encarar esse momento como uma oportunidade é o primeiro passo para transformar desafios econômicos em sucesso empresarial”, finaliza.
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