O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) realizou, em abril, o primeiro levantamento das intenções de confinamento de Mato Grosso para 2023 e essa primeira sondagem aponta para uma queda anual de quase 32%, quando comparado os números consolidados em 2022. A expectativa é de que sejam terminadas 479,77 mil cabeças sejam terminadas no cocho, contra 704,26 no ano passado.
Apesar da variação negativa, os analistas do Imea destacam que os dados apurados nesse primeiro levantamento, quando comparados a igual momento do ano passado (abril ante abril), apresentam retração menor, de 9,46%.
“Esse cenário foi influenciado, principalmente, pela forte desvalorização de 18,67% no comparativo anual dos preços do boi gordo. No entanto, o milho e o farelo de soja, principais insumos alimentares, também seguem em ritmo de retração no Estado, com recuo de 23,28%¹e 2%, respectivamente. Esse cenário de queda nos preços, somado ao fato de que o mercado de reposição no Estado também tem caído, tende a animar os confinadores nos próximos meses, de modo que o volume do rebanho confinado pode ser reajustado para cima nos próximos levantamentos”.
Dentre as principais preocupações entre os pecuaristas na decisão de confinar, o preço do boi gordo continua sendo o principal fator, uma vez que a arroba do boi saiu das máximas cotações e está sob uma forte pressão baixista. Além disso, também foi citada como preocupação a baixa lucratividade e despesas com o preço dos insumos. Muitos confinadores aproveitaram a onda de baixa nos preços dos animais de reposição e anteciparam a compra dos rebanhos a serem confinados, de modo a garantir estoque de animais com preço baixo, considerando a importância do custo com aquisição de animais.
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As regiões sudeste, centro-sul e oeste apresentaram o maior incremento no volume de animais a serem confinados no comparativo com as intenções do mesmo período do ano passado. Apesar da queda no preço dos insumos, frente à desvalorização atual nos preços do boi, o estoque de insumos com preços antigos refletiu na sustentação do custo da diária confinada, que ficou em R$ 15,71/cab./dia no Estado.
“Mediante o cenário de redução nos preços dos insumos, que se intensificaram na primeira quinzena de maio, e das principais categorias de reposição usadas no confinamento, os confinadores podem mudar sua perspectiva quanto ao volume de animais confinados. Assim, durante os próximos levantamentos, é possível que seja observado reajuste positivo no volume de animais confinados, uma vez que a aquisição de animais e suplementação estão entre os maiores custos dos confinadores”, completam.
A pesquisa do Imea contou com a participação de 96 confinadores do Estado, do total de 160 da amostra, obtendo uma representatividade de 60% do total amostrado.