Em julho de 2025, o Brasil criou 129.775 novos empregos com carteira assinada, dos quais 19.066 foram na Construção Civil. O setor foi responsável por 14,69% do total de novas vagas no mês, segundo dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho.
O saldo positivo da construção foi resultado de 221.024 admissões e 201.958 desligamentos. O desempenho representou o melhor resultado do setor nos últimos três meses e um aumento de 94,15% em relação a junho, quando foram gerados 9.820 empregos. Na comparação anual, o saldo se manteve estável frente a julho de 2024 (19.603 vagas).
Todos os segmentos da construção apresentaram resultados positivos: Construção de Edifícios (6.095), Infraestrutura (7.681) e Serviços Especializados para a Construção (5.290). O total de trabalhadores formais do setor atingiu 3,035 milhões, 2,91% a mais que em julho de 2024. O setor também se destacou pelo melhor salário de admissão, R$2.490,54, acima da média nacional de R$2.277,51.
Apesar do desempenho, a confiança dos empresários do setor apresenta recuo. A Sondagem da Indústria da Construção da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio da Câmara Brasileira da Construção (CBIC), indicou que o Índice de Confiança do Empresário caiu para 45,8 pontos em agosto, o menor patamar desde junho de 2020. O setor enfrenta desafios decorrentes do cenário econômico nacional, marcado por juros elevados, inflação acima do teto da meta, escassez de trabalhadores qualificados e aumento dos custos acima da inflação.
“As vendas continuam crescendo, demonstrando a consistência da demanda. Mas apesar disso os lançamentos recuaram. Novos investimentos precisam de um cenário econômico estável. Precisam de previsibilidade. Sempre é importante destacar que o processo produtivo da Construção Civil é longo. Por isso, incertezas preocupam podem acabar adiando novos projetos”, afirma Ieda Vasconcelos, economista da CBIC.
Conforme os Indicadores Imobiliários divulgados pela CBIC, os lançamentos imobiliários no 1º semestre de 2025 foram 6,8% superiores ao registrado em igual período do ano anterior, mas a análise do 2º trimestre de 2025 com iguais meses de 2024, demonstrou queda de 6,8%.
No acumulado de janeiro a julho de 2025, a construção civil gerou 177.341 novos empregos, 11,71% a menos que no mesmo período do ano anterior. A Construção de Edifícios segue como maior responsável pelo número de vagas (67.869), enquanto o segmento de Infraestrutura registrou crescimento de 12,28% na criação de empregos (57.411).
No aspecto regional, São Paulo (40.813), Minas Gerais (20.703) e Santa Catarina (12.710) foram os estados com maior geração de postos de trabalho, e as cidades de São Paulo (19.535), Belo Horizonte (10.133) e Rio de Janeiro (5.434) lideraram entre os municípios.
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