O bom desempenho do consumo de itens típicos de Páscoa registrado no ano passado deve se repetir neste ano, de acordo com 85% dos supermercadistas que participaram do estudo feito pela Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS, em fevereiro. Para 60% deles, o consumo vai ser manter no patamar do ano passado e outros 25% apostam em um aumento de consumo.
Um dos motivos para o otimismo vem do calendário e dos recursos que serão injetados no consumo até a data. Em 2023, a Páscoa foi comemorada no início do mês (9 de abril). Neste ano, ela será em 31 de março e terá uma forte influência do pagamento do Bolsa Família (de 15/03 a 28/03) e de outros recursos que serão injetados na economia no trimestre, como a antecipação do pagamento de R$ 31 bi dos precatórios do INSS. Nesse cenário, 34% dos supermercadistas projetam maior consumo na véspera da data (sábado) e outros 48% na semana que a antecede com a chegada do Domingo de Ramos.
Neste ano, os peixes frescos ou congelados devem estar presentes no almoço de 26% das famílias, seguidos de bacalhau (12,9%). Para o período da Quaresma, o consumo de ovos deve aumentar 16,7%. Por outro lado, deve haver uma redução de cerca de 3% do consumo de azeite devido ao aumento de preços (24,7%).
Na cesta de bebidas, mais de 40% do consumo está dividido em vinho importado (14,4%), refrigerante (14,3%) e cerveja (14,3%). Suco (13,1%) e vinho nacional (11,9%) completam os itens mais procurados da cesta.
Quanto aos ovos de Páscoa, o volume das encomendas do setor está dividido em ovos com brinquedos, brindes (18,6%), de ovos de chocolate de 100gr. a 185 gr. (17,9%) e de ovos de chocolate de 252gr. a 365 gr. (15,4%) que lideraram o consumo no ano passado. Outros se dividem em ovos de chocolate de 186gr. a 251 gr. (13,8%) e ovos de chocolate acima de 366 gr. (13,8%). Os preços variam, em média, 15% na comparação com o ano anterior.
Outro destaque para o período vem da fatia representada pela Colomba Pascal de chocolate (19,6%) e de frutas (17,1%). Outros itens presenteáveis são bombons (18,0%), mini ovos e coelhos (15,3%).
Para impulsionar o consumo, 70% dos supermercadistas apostam em pontos extras e em ações promocionais nas lojas e 35% aproveitam também as oportunidades de negócio do e-commerce.
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CONSUMO NOS LARES BRASILEIROS – O consumo nos lares brasileiros registrou alta de 1,21% em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado – resultado dentro do patamar observado nos últimos três anos. Na comparação com dezembro, houve queda de 22,01%, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). “O consumo recua tradicionalmente no início do ano devido ao pagamento de impostos e despesas com educação. A exemplo dos anos anteriores, ele tende a ser maior no final do trimestre, com o menor comprometimento da renda e a chegada da Páscoa“, analisa Marcio Milan, vice-presidente da Abras. Segundo a associação, para o primeiro trimestre de 2024, devem contribuir para o aumento do consumo o pagamento antecipado de R$ 31 bilhões em precatórios, o pagamento do PIS/PASEP, a manutenção dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e Auxílio-gás, e o reajuste do salário-mínimo.
O Abrasmercado – indicador que mede a variação de preços nos supermercados – registrou alta de 1,40% em janeiro, puxado por alimentos básicos da cesta composta por 35 produtos de largo consumo. As principais altas vieram do feijão (9,70%), arroz (6,39%), óleo de soja (2,84%), farinha de mandioca (2,27%), açúcar refinado (0,85%), café torrado e moído (0,80%) e leite longa vida (0,71%). Indo no lado oposto, as cestas de proteína animal e produtos lácteos recuaram. Em janeiro, a cesta passou de R$ 722,57 para R$ 732,69, uma alta de 1,40% na média nacional. Na análise regional, todas as cinco regiões registraram inflação.