O desenvolvimento da economia mato-grossense de uma matriz primária, ancorada na produção de commodities, para a agroindustrialização passa pelo sistema cooperativista. A colaboração e o trabalho em conjunto são fundamentais para que o estado dê o próximo passo em sua história recente.
O recado pautou a fala do vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, durante o Coopera + MT, evento realizado pelo Sistema OCB/MT. Maior evento de inovação do cooperativismo mato-grossense, o congresso reuniu uma plateia qualificada para pensar o futuro do setor, que soma quase 1,8 milhão de cooperados responsáveis por movimentar mais de R$ 47,95 bilhões e gerar mais de 15 mil empregos diretos.
Pivetta abordou as principais conquistas do Estado nos últimos sete anos e ressaltou o papel do sistema cooperativista em sua visão de futuro. “Nós estamos num período de muita oportunidade. Estamos vivendo um segundo ciclo econômico que é a agregação de valor dos produtos do agro. É importante que o produtor se una em cooperativas para industrializar as nossas matérias-primas. Com isso, vamos poder exportar além de commodities, aumentando o valor agregado”, sugeriu Pivetta.
Segundo o vice-governador, “unir um grupo de pessoas para fazer algo importante é um ato de amor e de fé”. “Nós, empreendedores que queremos um mundo melhor, temos que expressar nossa fé. Cooperar é uma maneira de expressar a fé e somando pessoas de boa vontade, a gente faz”, afirmou.
O mundo de oportunidades para as cooperativas de Mato Grosso foi apresentado ao longo do Coopera + MT em três palestras magnas e cinco trilhas temáticas sobre Gestão de Pessoas, Governança e Autogestão, Negócios, Sustentabilidade e Impacto Social e Inteligência Tributária no Cooperativismo.
Rogério Ramos Cardoso, diretor de uma cooperativa de criação de tilápias em Cuiabá, acompanhou o Coopera + MT durante todo o dia. Com quatro anos de experiência no sistema cooperativista, ele agora está se preparando para expandir a atuação para Juína, e explica que aproveitou ao máximo as oportunidades do congresso para fazer relacionamento e aprender mais.
“Peguei vários contatos e a minha mente está explodindo”, brincou ele. “Em cada sala que eu entrava, vi o quanto a programação está surpreendente. É tanta informação que nem dei conta de anotar tudo. Fiquei o tempo todo pensando ‘como não pensei nisso?’, ou associando com o que a gente vive no cotidiano. Foram muitas dicas”, explicou.
De acordo com o presidente do Sistema OCB/MT, Nelson Piccoli, era exatamente essa a intenção do Coopera + MT: contribuir para cada uma das cooperativas mato-grossenses. “O dia de hoje com certeza será um diferencial na história do cooperativismo no nosso estado. O evento tem essa missão de acrescentar às cooperativas, seja esclarecendo dúvidas ou contribuindo para a gestão dos negócios”, observou o presidente.
Com frequência bienal, o Coopera + MT se tornou nesta segunda edição um fórum para centralizar reivindicações e dúvidas, explicou Piccoli. “É nossa obrigação fortalecer essa importante rede de colaboração formada pelas nossas cooperativas”, argumentou.
“O Coopera + MT se mostrou uma grande oportunidade para as cooperativas se juntarem e discutir conhecimento”, enfatizou Frederico Azevedo, superintendente do Sistema OCB/MT. O evento reuniu mais de 90 presidentes de cooperativas, somando ao todo 485 participantes. “Nossa meta era compartilhar informação qualificada e também inspirar cada uma das cooperativas presentes para que, dentro das suas potencialidades e características, elas possam cada vez mais brilhar e ter resultado”, ponderou.
RAMO SEGUROS – Entre os assuntos abordados ao longo da programação do Coopera + MT, teve destaque a chegada de um novo ramo do cooperativismo, o de seguros. O diretor Institucional da OCB/MT, Ricardo Balbinot, explicou que, com a promulgação da Lei Complementar 213/2025, em janeiro deste ano, as cooperativas podem formar suas próprias seguradoras ou operar em parceria com outras já existentes, num mercado que movimentou R$ 207,12 bilhões em 2024.
Para tanto, as cooperativas deverão ter um CNPJ próprio e operar sob regulação da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). “Neste momento, um grupo de trabalho acompanha a regulamentação da lei e, nos próximos dias, haverá uma consulta pública para esclarecer como será a adequação operacional. A partir daí, Mato Grosso também poderá adentrar nesse novo segmento do cooperativismo”, explicou Balbinot.
SOBRE O COOPERA + MT – A segunda edição do Coopera + MT, organizada pelo Sistema OCB/MT, teve como tema central “Cooperativismo e Economia: Construindo um modelo de negócio competitivo e sustentável”. Com um público qualificado, reuniu 485 participantes, entre lideranças, gestores e profissionais de cooperativas mato-grossenses no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.
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