A crise econômica nacional e o alto preço do combustível está fazendo as pessoas repensarem seus trajetos com mais cautela quando circulam com seus veículos pela cidade. Muitos estão otimizando sua logística aproveitando para resolver tudo que têm para fazer na região de destino para evitar novos deslocamentos. Alguns estão optando por carona ou meios de transporte mais econômicos, como as motos, e outras pessoas, que ainda não compraram seus veículos, estão um pouco mais inseguros de assumirem prestações a longo prazo neste momento que o país passa dificuldades.
Isso tudo reflete no mercado de combustíveis, com um consumo mais moderado, pois com menos carros circulando pelas ruas e menos veículos sendo adquiridos nas concessionárias cai também o consumo de álcool, gasolina e diesel nos postos. O estado de Mato Grosso registrou queda de 9,3% nas vendas no mês de janeiro, comparando o mesmo período de 2015. Somente a gasolina apresentou retração de 13,2%. O óleo diesel caiu 10% e o etanol 1,9%.
Os dados informados são da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Segundo a Agência, em janeiro foram comercializados pelos postos de Mato Grosso 313,2 milhões de litros de combustível, 9,3% a menos que os 345,4 milhões de litros do ano passado. Ao se comparar com 2014, também se constata um recuo nas vendas de 319,3 milhões de litros. No Brasil as vendas totais de combustível recuaram 12,7%, de 12 bilhões de litros para 10,5 bilhões.
A gasolina, devido ao preço, registrou a maior queda. Ao todo foram 47,7 milhões de litros de gasolina comercializados, 13,2% a menos que os 55 milhões de janeiro de 2015. Em 2014, haviam sido 50,4 milhões de litros.
Já o etanol hidratado, segundo a ANP, foram 49 milhões de litros contra 50 milhões de litros do ano passado. Em relação a 2014, se verifica alta diante os 43,7 milhões de litros.
Conforme a ANP, em óleo diesel foram 193,3 milhões de litros comercializados, 10% a menos que os 214,8 milhões de litros do ano passado e abaixo dos 198,6 milhões de janeiro de 2014. No caso do óleo diesel, o atraso da colheita da soja foi um fator que impactou, também.
“Os resultados espelham o momento de crise da economia brasileira e que, mesmo assim, pelo menos com relação ao etanol e ao óleo diesel, Mato Grosso apresentou perdas proporcionalmente bem menores que o restante do Brasil”, declara o diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis o Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo-MT), Nelson Soares Junior.