Atualmente, 12,7 milhões de brasileiros, com mais de 60 anos, encontram-se endividados e muitos poderão aliviar as contas atrasadas, seja parcial ou integralmente, com o recebimento antecipado da parcela do 13º liberado pelo governo federal. São milhões de indivíduos que, pela queda de empregabilidade nessa faixa etária, diminuição de renda, aumento dos gastos com medicamentos, uso inadequado do crédito consignado e tantos outros motivos, vivem em riscos financeiros e com contas atrasadas.
Sete em cada dez idosos brasileiros não consideram que o dinheiro da aposentadoria é suficiente para viver; os dados foram apresentados pelo Serasa. O mesmo levantamento aponta que 58% dos entrevistados declararam que não conseguiram se planejar para uma vida mais tranquila. Mesmo com a injeção de R$ 67,6 bilhões na economia, boa parte utilizará a renda extra para saldar dívidas, comprar medicamentos e alimentação.
Os principais gastos dos aposentados no Brasil, segundo o levantamento, ocorrem com alimentação (69%) e saúde, contemplando contratação de planos e compras de medicamentos (49%). Para aposentados com renda de um salário mínimo, o percentual de gastos com medicamentos chega a 70%, quase não sobrando dinheiro para compra de alimentos.
Segundo Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor de consórcios, um dos contribuintes para a situação do país é o baixo retorno que os aposentados recebem do governo. “A média do valor pago pelo INSS é de R$ 2.006, segundo dados em pesquisa da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida). Contudo, muitas pessoas ainda não pensam em como mudar o rumo de seu futuro financeiro. Aproximadamente 40% dos brasileiros esperam viver apenas com o benefício do INSS ao se aposentar”, explica.
DICAS PARA SAIR DO ENDIVIDAMENTO – Reconhecer os sinais de endividamento é o primeiro passo para ajudar o idoso a superar suas dificuldades financeiras. Durante essa jornada, o apoio de amigos e familiares é muito importante, seja ao oferecer suporte emocional, orientações práticas ou ao conectar os idosos a recursos apropriados.
Para Lamounier, algumas dicas são fundamentais para que o dinheiro extra seja aproveitado de forma saudável:
Primeiro, ajude o aposentado a fazer seu orçamento pessoal e controlar as finanças. Este é o primeiro passo. Anote tudo o que gasta como remédios, aluguel, água, luz, gás, despesas médicas em geral, assim como os recebidos. Não esqueça de contabilizar empréstimos consignados, despesas de consumo aplicadas em cartões de crédito, entre outros.
Depois é importante listar todas as dívidas, lembrando que contas de necessidades básicas como aluguel, luz, água, gás são prioridades por evitar cortes no fornecimento. Renegociar as dívidas é um bom caminho, reduzindo juros e multas.
Com tudo organizado, o próximo passo é orientar o idoso a começar a poupar algum dinheiro. Olhando o orçamento pessoal, você pode ajudá-lo a identificar gastos que podem ser reavaliados, levando em consideração a realidade financeira do aposentado.
“Lidar com o endividamento não é fácil. Por isso, esteja presente durante todo o processo de desendividamento e proponha atividades que ajudam a relaxar, como uma caminhada no parque, assistir a um filme ou preparar o almoço juntos. Além de distração, afastar um pouco os pensamentos constantes sobre dívidas ajuda o idoso a refletir e a buscar suas próprias soluções”, finaliza Lamounier.