A morte de Odete Roitman voltou a movimentar as redes e, junto com ela, a curiosidade sobre o destino de sua fortuna fictícia. E o MT Econômico entra na onda do assunto do momento. A bilionária de Vale Tudo, que marcou a história da TV brasileira, deixou mais do que uma herança de novelas, trouxe à tona um tema que exige decisões reais e imediatas quando acontecem fora da tela. Seja o patrimônio de uma bilionária ou a casa deixada por um parente, o que vem depois do inventário exige mais do que sorte, é preciso estratégia.
Segundo a educadora financeira Adriana Ricci, o maior erro de quem recebe uma herança é agir por impulso. “Quando o dinheiro chega, muita gente sente que pode relaxar ou realizar antigos desejos de consumo. Mas sem um plano claro, o patrimônio se esvai rapidamente. A prioridade é organizar e planejar antes de qualquer decisão”, afirma.
O primeiro passo, explica Adriana, é mapear o valor real da herança e os custos que ela traz. Isso inclui o pagamento do ITCMD, imposto sobre transmissão causa mortis, e eventuais taxas de cartório e manutenção de imóveis. “É importante ter clareza de quanto sobra de fato após as obrigações legais. Só então é possível definir o que fazer com o que resta.”
Com tudo regularizado no inventário e o valor disponível, começa a fase mais importante, a gestão inteligente dos recursos. A especialista recomenda que o herdeiro faça a divisão do montante em quatro etapas.
CRIE UMA RESERVA IMEDIATA – Antes de pensar em investimentos ou compras, a prioridade é garantir uma reserva financeira. “Quem recebe uma herança precisa de liquidez, ou seja, dinheiro disponível para emergências, impostos e eventuais ajustes familiares. Uma parte deve ir para aplicações seguras, como Tesouro Selic ou CDB com liquidez diária.”
QUITE DÍVIDAS E ORGANIZE A VIDA FINANCEIRA – Receber uma herança é uma chance de zerar pendências. “Usar parte dos recursos para quitar dívidas caras, como cartão de crédito e cheque especial, é uma decisão que gera retorno imediato. A partir daí, o restante do valor pode ser investido com planejamento”, orienta.
INVISTA COM PROPÓSITO E HORIZONTE DE TEMPO – Adriana Ricci reforça que o dinheiro herdado deve ser tratado como capital de longo prazo. “Para valores mais altos, o ideal é diversificar entre renda fixa, fundos de investimento e produtos atrelados à inflação, pensando na preservação do patrimônio. Já quem herdou um imóvel pode avaliar se é mais vantajoso vender, alugar ou reformar para valorização.”
PLANEJE O FUTURO E EVITE DECISÕES APRESSADAS – A especialista recomenda que o herdeiro estabeleça objetivos claros. “A herança pode ser um ponto de virada financeira, mas também pode se esgotar rapidamente se não houver propósito. É o momento de pensar em educação dos filhos, aposentadoria ou renda complementar. Cada escolha deve ter uma estratégia.”
Ela reforça que o tamanho da herança não muda o desafio de administrá-la. “Não é o valor que determina a segurança financeira, e sim o planejamento. Mesmo quem herda pouco pode multiplicar o patrimônio se souber fazer escolhas conscientes”, finaliza.
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