Mr. Cheney, cookie store brasileira fundada por Lindolfo Paiva surgiu no momento que ele percebeu que poderia abrir uma cookie store a partir do doce norte-americano.
Assim surgiu um negócio milionário de uma ideia simples. Foi dessa forma que começou a Mr. Cheney que se tornou conhecida quando Lindolfo Paiva começou a vender para conhecidos os doces preparados em casa e, em 2016, pouco mais de dez anos após a inauguração da primeira loja, faturou cerca de R$ 35 milhões.
A receita típica dos Estados Unidos foi apresentada ao empresário por um norte-americano. Durante missão voluntária na região Sul do Brasil, Paiva fez amizade com Jay Cheney, um cookie man da Califórnia que lhe ensinou a preparar os doces. Assim que resolveu colocar os conhecimentos em prática e experimentar a própria criação, o empreendedor percebeu que aquilo poderia se tornar um negócio bem-sucedido. "A gente pediu pra ele mostrar. Compramos os ingredientes e fizemos em casa. Ficamos muito impressionados com o produto e começamos fazer para testar", conta.
A partir destes testes com amigos, começaram a surgir os pedidos. Não demorou para que a demanda fizesse o empreendedor perceber que não seria possível continuar trabalhando no forno de casa. Era hora de arriscar. O casal juntou tudo que tinha e investiu na abertura de uma loja, na Casa Verde, em São Paulo.
O sucesso da cookie store foi imediato. As pessoas não apenas estavam consumindo o produto, mas também se mostravam interessadas em abrir unidades franqueadas. "Entre um e dois meses já tínhamos um cadastro de 700 candidatos a franquias, mas achávamos que era necessário aprimorar mais. Desde o começo era o nosso sonho. A gente queria fazer o negócio crescer", diz Paiva, esclarecendo o porquê de ter demorado para abrir a empresa para o franchising. O empreendedor preferiu estudar o mercado e acertar da melhor maneira possível a formatação do modelo.
O processo de estruturação da loja contou também com uma transformação completa da identidade visual. "Demos um banho de loja. Repaginamos o conceito, refizemos o logo e as embalagens", afirma.
Os números alcançados pela empresa ao longo dos anos mostram que a decisão de deixar os futuros franqueados em modo de espera foi acertada. Atualmente, já existem 60 unidades da Mr. Cheney espalhadas pelo Brasil e, em breve, os moradores de outros países também terão a oportunidade de provar os cookies que mais fazem sucesso por aqui. "A gente tem previsão para entrar nos Estados Unidos em 2017. Estamos em fase de contrato. A Argentina também está prevista para o primeiro semestre", revela Paiva.
Grande parte da capacidade de expansão da empresa é resultado da inauguração da fábrica própria, em 2012. Paiva acredita que esta medida tenha permitido assegurar com maior rigor a qualidade dos produtos. "A fabrica foi muito estratégica para a gente. Sentimos que era muito difícil controlar a qualidade do produto fora da nossa mão. Isso permitiu um controle de maneira mais próxima. Usamos a fábrica como um regulador", explica o empreendedor.
De acordo com o empresário, os produtos da marca são de uma linha premiun – o que faz com que a Mr. Cheney não tenha concorrentes diretos no Brasil: "Tem muitas empresas que produzem cookies, mas não recém-assados e premiun, com receitas autênticas americanas e produtos bem recheados. A gente procura entregar alguma coisa especial. Por conta disso, estamos no oceano azul".
Apesar de toda a qualidade, fazer um produto tão incomum ao brasileiro cair nas graças dos consumidores não foi uma das tarefas mais simples. Paiva diz que foi necessário, por exemplo, fazer degustações para que as pessoas pegassem gosto e se tornassem clientes. "Foi um projeto bem difícil e ousado", define.
É justamente a ousadia o toque brasileiro aplicado às receitas norte-americanas que fazem sucesso nas lojas da Mr. Cheney. Com a calma de quem aguardou anos para abrir a rede ao franchising, o empresário agora espera que esta mistura cruze fronteiras – e agrade até mesmo aos hermanos.