O Encontro Brasileiro de Administração – ENBRA, sediado em Cuiabá-MT, durante os dias 14 a 16 de setembro, contou na sexta-feira (16), com um Painel de Agronegócio representado por entidades do setor, entre elas: Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e Imea (Instituto Mato-grossense de Economia e Agropecuária).
Os representantes das entidades ministraram palestras que abordaram os aspectos do agronegócio brasileiro e de Mato Grosso, trazendo os desafios e oportunidades do setor ao público presente.
Na primeira palestra do painel, Rui Prado, Presidente da Famato, ressaltou a importância do Administrador no meio rural, visto que é um negócio que precisa ser bem gerenciado em diversos aspectos. “Como o Administrador possui uma visão ampla, pode contribuir muito para o agronegócio. Hoje estamos precisando de mão de obra qualificada e este setor é um dos que mais cresce e gera emprego no Brasil”, disse Rui Prado.
A evolução do agronegócio brasileiro fez que com que garantíssemos a segurança alimentar no país. Hoje muitos países precisam comprar alimentos de fora, sendo que no Brasil, além de produzirmos para o mercado interno, também somos destaques em exportação, que inclusive quadruplicou o volume internacional nos últimos 10 anos. Os produtos do agro representam 39% do volume total exportado.
No cenário brasileiro, Mato Grosso é muito importante no setor do agronegócio, com ótimos índices de produtividade e exportação. O estado se destaca principalmente nas áreas de soja, milho, algodão, bovinocultura de corte e girassol. Além dessas áreas, possui outros potenciais como a piscicultura, energia, mineração, turismo, comércio, indústria e serviços.
Hoje o setor rural possui a consciência de crescer de forma sustentável, embora muitos achem que os produtores são degradadores do meio ambiente. O fruto do trabalho deles provém da natureza, portanto a preocupação com os cuidados necessários para gerar menor impacto são reais entre os que atuam nesse mercado. No território nacional, 66% das áreas são preservadas. Nos biomas onde Mato Grosso está inserido, a região do Cerrado possui 52% de preservação, o Pantanal 42% e a Amazônia 85%.
Embora muitos achem que o agronegócio é apenas para grandes produtores, 50% deles possuem até 1.000 hectares e apenas 1% detém mais de 10.000 hectares, conforme abordou o palestrante e Superintendente do IMEA, Daniel Latorraca.
Daniel citou também sobre os riscos inerentes ao setor, incluindo: financeiro, produção, conhecimento, distribuição, logística, dólar, processos, fatores climáticos, volatilidade do mercado entre outros. “É necessário analisar diversos aspectos para tomar decisões, por isso trazemos informações para auxiliar todos que trabalham na área”, disse Daniel.
O IMEA faz pesquisas, coleta de dados de mercado e transforma números em conhecimento para os produtores. Hoje conta com uma equipe de mais de 30 profissionais divididos em diversos setores de análise do agronegócio.
O painel contou também com a palestra do Superintendente do Senar, Otávio Celidonio, que abordou a importância do desenvolvimento do setor, principalmente para atender a demanda populacional que até 2050 será de 9,73 bilhões de pessoas no mundo, um aumento de 31% em relação aos dias atuais. Embora o crescimento seja de apenas 31%, o aumento da demanda de consumo de alimentos crescerá em 70%, a energia 80% e a água 55%. “O Brasil será a bola da vez nos próximos 35 anos, pois as instituições internacionais fizeram a estimativa que o nosso país vai suprir 40% da demanda mundial de alimentos”, ressaltou Otávio.
Com relação aos principais pontos que ainda precisam ser melhorados para o agronegócio continuar se desenvolvendo, a logística segue como preponderante, pois impacta diretamente no preço do produto final. Além desse fator, a questão da mão de obra também precisa avançar. Espera-se mais gente qualificada para trabalhar no setor. Um bom mercado para os profissionais que querem se desenvolver em um ramo próspero e repleto de oportunidades. O próprio Senar de Mato Grosso oferece diversos cursos de qualificação para quem quer atuar neste segmento e vem contribuindo juntamente com outras entidades do agronegócio para melhorar o desenvolvimento econômico e social do estado, preparando cada vez mais os profissionais e empresários do setor para a atual ERA DA AGROINTELIGENCIA.