O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), marcou 112,2 pontos em outubro, mantendo-se estável em relação a setembro e interrompendo uma sequência de cinco quedas. Comparado a outubro do ano passado, houve uma leve retração de 0,5%, a menor redução desde julho.
O Icec alcançou 110,5 pontos em Cuiabá e se aproxima do índice apurado no mesmo período do ano passado. Apesar de ainda estar 2,64% menor no comparativo anual, os números mostram perspectivas positivas para este fim de ano, uma vez que o índice geral se fixa em nível considerados satisfatórios.
Conforme a Fecomércio-MT, “embora esteja abaixo do índice apurado em outubro do ano passado, este mês foi superior a setembro e se mostra em crescimento, indicando uma melhora nas perspectivas atuais e futuras do comércio na capital mato-grossense, especialmente para este fim de ano. O aumento na confiança do comerciante traz um ânimo para os empresários do setor, como mostra a pesquisa, onde 83,5% dos empresários entrevistados preveem uma melhora nos negócios nos próximos meses”.
Quanto à Expectativa de Contratações, 50,8% afirmaram que pretende aumentar um pouco o quadro de funcionários. Além disso, para o Nível de Investimento Atual da Empresa, 33,3% avaliaram que está um pouco maior neste mês e com relação à Situação Atual dos Estoques, a maioria (57,6%) apontou que está adequada.
Apesar de o Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso apurar que a maioria dos respondentes acreditam que as condições atuais da economia no país pioraram (75,6%), outros indicadores mostram resultados positivos na pesquisa, como as Condições Atuais da Empresa, onde 59% dos entrevistados afirmaram que melhorou. Em relação à Expectativa da Empresa, 83,5% acreditam que melhorou e 74,8% disseram que a Expectativa no setor é de melhora.
BRASIL – A confiança dos comerciantes nas condições econômicas atuais caiu 2,2%, com o índice ficando em 69,8 pontos, uma redução anual de 8,3%. O subindicador das condições atuais do comércio caiu 1,1%, mantendo-se em 86,1 pontos, abaixo da zona de satisfação. A confiança no setor recuou 1,1% no mês e 0,7% no ano, enquanto a percepção em relação às próprias empresas caiu 0,5%, apesar de uma leve alta anual de 0,3%.
Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no comércio ampliado caíram 0,8% em agosto, refletindo os aumentos dos preços e as altas taxas de juros.
Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, a pressão inflacionária, somada à manutenção do ciclo de aumentos da taxa Selic, limita o crescimento do consumo e o potencial de investimento do setor. “No entanto, a expectativa de melhora sazonal nas vendas de final de ano traz certo alívio”, ressalta.
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – Apesar das adversidades econômicas, os comerciantes mostram intenção de aumentar investimentos, com o índice subindo 0,2%, totalizando 107 pontos. A disposição para contratação temporária se destaca, com um aumento de 1,1%, alcançando 127 pontos. O segmento de roupas, calçados e acessórios cresceu 0,6% no índice de intenção de contratação, mas caiu 2% em relação ao ano anterior. Supermercados e farmácias registraram um aumento de 1,3% no mês e 6,4% no ano. O setor de eletrônicos e veículos teve um leve crescimento mensal de 0,1% e 6,5% anual.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, aponta que, embora haja cautela, os empresários estão otimistas para as vendas de fim de ano. “Essa melhora das expectativas reflete confiança no setor, apesar de um cenário econômico complexo e indefinido”, avalia.
IMPACTO DOS JUROS – O segmento de bens duráveis, como eletrônicos e veículos, foi o mais afetado pelos juros elevados, com uma queda de 0,8% na confiança dos comerciantes. Ainda assim, as expectativas para o setor cresceram 1,2%, o maior aumento entre os grupos analisados. No comércio de bens essenciais, como supermercados e farmácias, a confiança caiu 0,4%, refletindo as pressões inflacionárias. Já o setor de roupas e acessórios teve alta de 0,4% no Icec, impulsionada pela confiança nas suas próprias empresas.
O índice de condições atuais do comércio para roupas, calçados e tecidos caiu 1%, atingindo 81,5 pontos, enquanto o de supermercados e farmácias caiu 0,7% no mês. Eletrônicos e veículos registraram a maior queda mensal, de 4,3%, mas apresentaram alta anual de 6,8%.
No índice de expectativas, o segmento do vestuário cresceu 0,7%, mas caiu 6% no ano, enquanto o de supermercados e farmácias subiu 0,4% no mês e caiu 2,7% no ano. O de eletrônicos e veículos teve um aumento de 1,2% no mês e 0,7% no ano.
Clique aqui e entre no grupo de notícias do MT Econômico e fique por dentro de informações relevantes