A noite de sexta-feira, 07 de novembro, em Cuiabá, foi tomada pela magia do cinema e o sabor da cultura italiana. A capital mato-grossense recebeu a 20ª edição nacional do Festival de Cinema Italiano, com o tema “Il Cinema che Racconta, i Maestri che Ispirano”, “O Cinema que Conta, os Mestres que Inspiram”, reunindo amantes da sétima arte, descendentes italianos e entusiastas da cultura europeia em uma celebração vibrante da criatividade.
Com apoio institucional do Vice-Consulado Honorário da Itália em Mato Grosso e do Círculo Italiano de Cuiabá, o festival reforça a integração entre Brasil e Itália, promovendo o intercâmbio cultural e a valorização da cinematografia italiana, tanto contemporânea quanto clássica. A iniciativa é uma realização da Câmara de Comércio Italiana de São Paulo (Italcam), em parceria com a Embaixada da Itália no Brasil, o Instituto Italiano de Cultura e o Ministério da Cultura da Itália.
Segundo André Schelini, delegado regional da Italcam em Mato Grosso, o cinema é mais do que arte, é também motor econômico e expressão criativa: “O cinema é um dos principais sabores econômicos da Itália. A economia é criativa, o cinema, a música, o design, a moda, todos reconhecidos no mundo como patrimônio. A Itália é berço da cultura gastronômica e audiovisual, e é isso que estamos retratando com o festival”, afirmou Schelini.
Jandir Milan, conselheiro da Câmara Brasil-Itália destacou que “a Câmara Brasil-Itália em Cuiabá é recente, e estamos muito felizes em iniciar nossas atividades com um evento tão significativo como o Festival de Cinema Italiano. Nosso objetivo é justamente promover a troca de experiências e mostrar à população cuiabana um pouco da riqueza cultural que a Itália tem a oferecer. Este festival é uma oportunidade de aproximar ainda mais os dois países, reforçando os laços culturais e econômicos. É uma grande satisfação receber o público aqui para prestigiar o cinema italiano, que é referência mundial”, disse Milan.
Ainda segundo ele, o filme exibido durante o evento leva o nome de: “Diamante”, uma produção muito interessante que retrata o universo dos bastidores do cinema. Tendo certeza que será um sucesso, porque não é comum festivais de cinema com essa proposta em Cuiabá. O cinema italiano tem essa tradição no mundo todo, e é um privilégio propor essa cultura no estado.
A casa da cultura mato-grossense recebe a Itália
O evento é fruto de uma rede de colaborações que reforça o papel da cultura como elo social e vetor de desenvolvimento. Para Marco Pessoz, vice-presidente da Fecomércio-MT, originalmente “Italiano”, a parceria com o Sesc nasceu da missão comum de levar conhecimento e arte à população: “O Sesc tem na sua essência a cultura, a valorização das histórias e das oportunidades. Trazer o cinema italiano é abrir uma janela para o mundo, é permitir que as pessoas conheçam outras realidades e se inspirem”, destacou Pessoz, que ainda enfatizou que o cinema “movimenta a economia, desenvolve a cidade e amplia horizontes, fazendo o público viajar sem sair do lugar”.
Para Allan Serotini, diretor regional do Sesc Mato Grosso, a escolha do Sesc Arsenal como palco do evento é simbólica. “O Arsenal é a casa da cultura mato-grossense. Trazer a cultura italiana para esse espaço é unir tradições, valorizar o intercâmbio cultural e reforçar Cuiabá como cenário de arte e diversidade”, disse.
Entre os filmes exibidos, o destaque da noite foi “Diamante”, longa inédito no Brasil e lançado na Itália em 2024. O filme, segundo Letícia Capanema, professora do curso de Cinema e Audiovisual da UFMT e supervisora do Cineclube Coxiponés, é um exemplo da curadoria apurada do festival: “O Festival traz sempre produções inéditas e uma retrospectiva de clássicos italianos. ‘Diamante’ fala sobre amizade e redes de apoio femininas, ao mesmo tempo em que revela os bastidores da criação de figurinos no cinema. É um filme de múltiplas camadas, sensível, estético e inspirador”, explicou Capanema. A obra também faz parte de um circuito internacional de exibição em 2025, estreando no Brasil por meio do festival.
Um encontro de gerações e identidades
A estudante Bárbara Trevizan, descendente de italianos e aluna da UFMT, resume o sentimento do público: “Eu já estive na Itália e acho incrível poder viver um pedacinho dela aqui. Todo ano tento participar do festival. É uma imersão cultural que me faz sentir em casa, está no sangue”, contou, com orgulho.

