O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encerrou sua participação no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos. A agenda na Suíça foi marcada pela participação em um painel ao lado dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro; do Equador, Guillermo Lasso; da Costa Rica, Rodrigo Chaves; e da vice-presidente da República Dominicana, Raquel Peña. Haddad também participou de reuniões bilaterais, entre elas uma com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann.
No painel, Haddad foi questionado a analisar o papel que o Brasil tem no contexto do desenvolvimento econômico na América Latina e reforçou que fortalecer as relações com os países da região é um dos principais pontos nesse processo. Ele lembrou que o Brasil se destacou durante os oito anos dos dois primeiros mandatos do presidente Lula justamente por promover uma grande integração com os vizinhos.
“O presidente Lula ampliou a relação do Brasil com o resto do mundo como nunca se tinha visto antes. Nunca tínhamos visto um aumento tão grande das negociações como foi durante os governos do presidente Lula. E isso se deu pelo fato de que a nossa diplomacia foi muito ativa durante esses oito anos”, lembrou o ministro.
“Nós não apenas não negamos a participação nos fóruns internacionais como ativamos os mecanismos democráticos para que o Brasil e a América Latina fossem ouvidos em todos esses fóruns, no G-20, no BRICS, e em outros organismos internacionais. Nós entendemos que essa integração regional com os países da América Latina é absolutamente necessária para o desenvolvimento”, afirmou o ministro.
Fernando Haddad mostrou afinidade com Gustavo Petro, quando o presidente da Colômbia exaltou o potencial que a América Latina tem para contribuir no combate às mudanças climáticas, em especial pela capacidade de geração energia limpa.
“Conforme o presidente Petro destacou, nós temos a mesma visão no que diz respeito à geração de energia limpa, já que temos um enorme potencial para a produção de energia solar, eólica, e para a produção de hidrogênio verde”, frisou Haddad.
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Ao conversar com jornalistas brasileiros antes de embarcar de volta ao Brasil, Fernando Haddad destacou a importância da participação no Fórum Econômico Mundial e disse que essa representação nos grandes eventos internacionais é fundamental.
“O Brasil precisa ter representantes em todos os fóruns e aqui não é diferente. Você precisa mandar alguém pra cá. Se não veio o presidente da República, vem um ministro, dois ministros, mas sempre é importante ter alguém representando o Brasil porque você dissemina informações relevantes, perspectivas sóbrias sobre o que vai acontecer”.
Nesse sentido, ele voltou a ressaltar que a presença dele e da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em Davos foram particularmente importantes devido à preocupação mundial com o momento político brasileiro após os atentados de 8 de janeiro em Brasília.
“Eu saio daqui satisfeito sobre o que eu ouvi sobre o Brasil. Eu cheguei aqui surpreso com o grau de preocupação com o Brasil e eu penso que a mensagem da Marina e a minha foi no sentido de mostrar o Brasil segue forte. As pessoas ficaram felizes em ouvir isso da nossa parte. Não há nenhuma razão para o mundo ter preocupação com o Brasil. O que o Brasil demonstrou nesse ataque foi que as instituições se uniram, todos os governadores, todos os poderes da República, em torno da mesma causa: preservar as liberdades democráticas do Brasil“, afirmou o ministro da Fazenda.